sábado, 27 de abril de 2013

VENDO A LUA ENTRE AS ÁRVORES

 
Lua cheia  -  foto: elaine borges)

 As lindas noites de lua cheia têm sido motivo de comentários cá na Ilha. Há quem permaneça horas contemplando o céu, encantado com tanta beleza. A foto acima foi feita nesta madrugada. Bastou olhar pra cima e - clic - o momento de tanta beleza ficou registrado.
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SATÉLITE

Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A lua baça
Paira.

Muito cosmograficamente
Satélite.

Desmetaforizada,
Desmitificada,

Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e enamorados,
Mas tão somente
Satélite.

Ah! Lua deste fim de tarde,
Desmissionária de atribuições românticas;
Sem show para as disponibilidades sentimentais!

Fatigado de mais-valia,
gosto de ti, assim:
Coisa em si,
-Satélite.


                                            Manuel Bandeira

domingo, 21 de abril de 2013

UM POETA MARCADO PELO INSÓLITO


Árvores  - Praça B. Constant ( foto: elaine borges)
 De Mattew Rohrer (*)

ALGUM CARA DISSE que Wittgenstein provou que não há pensamento sem linguagem.

Wittgenstein nunca viu um passarinho ou um urso.
Árvores balançavam no parque e suas copas se encostavam com ternura.
Mesmo sendo o mais novo, eu sou o professor!
Corvos gritam para mim no telhado e não conseguem pousar.
Acordo indistinguível da manhã deslavada.
Tudo que sou é pensamento sem linguagem.

(*) Matthew Rohrer é um poeta americano que descobri lendo a revista Piauí ( número 77, fevereiro de 2013).  Ele nasceu em 1970, no Michigan e cresceu em Oklahoma. Sobre ele, escreveu Eucanaã Ferraz na citada revista: “nada é excepcional quanto aos temas – acontecimentos cotidianos, passagens comuns, cenas e ambientes urbanos em flashes em que a natureza parece emergir da memória; o mesmo se dá com a forma – sintaxe clara, escolha vocabular descomplicada e tom decididamente coloquial. De tudo isso resulta, no entanto, um universo extravagante . O leitor logo percebe que está diante de significados movediços, construídos por frases instáveis, combinações estranhas e vazias. Trata-se, sem dúvida, de uma escrita marcada pelo insólito: se nada escapa da esfera cotidiana, o trivial vê-se inteiramente entrelaçado com a imaginação e a liberdade”.


LAGOA: CENAS DO COTIDIANO

 
 
Cavalos na Lagoa (fotos: elaine borges)

Ás vezes, cavaleiros cavalgam ao longo da praia, na Lagoa da Conceição, param nos bares da região, amarram os animais junto aos cartazes, conversam com os amigo e depois partem. São cenas que também fazem parte do cotidiano de um lugar ainda encantador. 

terça-feira, 16 de abril de 2013

AS BELAS MÚSICAS DE GEORGE HARRISON

 
 Capas de LPs do George Harrison (fotos elaine borges)

Após ver na HBO o belo documentário sobre a vida do George Harrison,  dirigido por Martin Scorcese, impossível não abrir o baú de discos de vinil, que ainda curto, e passar horas seguindo aquele ritual obrigatório: retirar os discos das capas de plástico ( em alguns, o plástico se desmancha, tal o tempo que estão ali) e ouvir o som de sua guitarra. Um som único, "deslizante", como disse Ringo Starr ao falar, e se emocionar, comentando momentos que passou ao lado de Harrison. Seu canto também era suave, delicado. Às vezes lembra um choro, um lamento. Primeiro ouvi os três LPs do belíssimo álbum All Things Must Pass (1972): My Sweet Lord, Wah-Wah, If Not For You, Beware of Darkness, Hear me Lord, Isn't It a Pity, All Thing Must Pass... Seguindo a viagem aos sons da minha vida, abri o álbum The Concert For Bandgladesh (1971). E lá estão os amigos de George Harrison apresentando um show para arrecadar fundos para ajudar aquele sofrido povo:  Billy Preston, Ringo, Leon Russell, Eric Clapton, Bob Dylan. Mas o grande destaque são os músicos Ravi Shankar, Ali Rakah, exímio tocador de tabla,  Ali Akbar Khan e Kamala Chakravarty. A primeira música do conjunto de três LPs - Bangla Dhun - é hipnotizante e belíssima. São sons que exerceram definitiva influência nas músicas e na vida de George Harrison. Vem daí o belíssimo mantra My Sweet Lord. 
Entre os quatro fabulosos Beatles, George Harrison era o mais fraterno de todos eles, o mais amigo e solidário. No documentário, todos que falaram sobre George Harrison, destacaram o imenso carinho que ele dedicava aos amigos. Era um ser iluminado, disseram. E um artista que deixou músicas maravilhosas que continuamos tendo o prazer de ouvir.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

DOMINGO EM SANTO ANTÔNIO DE LISBOA

 
 
 
Sto Antônio de Lisboa ( fotos: elaine borges)

Há lugares na Ilha de Santa Catarina tão encantadores que exigem visitar e retornar. Um desses lugares é Santo Antônio de Lisboa. No domingo, lá passei bons momentos. Um bom almoço com amigos na Spaguetteria Café, comprinhas na lojinha do Janga que reúne lindas, delicadas e variadas peças artesanais, o mar lá na frente enfeitado de lanchas e barcos, gente circulando, sol generoso, céu com poucas nuvens, a Igreja ao lado... São pequenas felicidades que iluminam nossa vida.

domingo, 7 de abril de 2013

A ÚLTIMA DAMA DO OUTONO

 
A Dama de abril ( foto: elaine borges)

Pouco antes da meia noite de sábado, mais uma Dama da Noite apareceu. Aí está ela. bela como sempre. As próximas só no final do ano.