“Se há uma coisa que não está acontecendo pela primeira vez na história do país é essa mistura de ar seco, horizonte encardido e céu opaco que marca mais uma estiagem como a hora tradicional de botar fogo no mato.” Assim Marcos Sá Corrêa inicia seu artigo no Estado de S. Paulo, edição de sexta-feira (dia 27). Sob o título “Como se vai às urnas de lenço no nariz” ele comenta o que está acontecendo em nosso país, lembrando que já há uns 200 anos o entomólogo alemão Hermann Von Burmeister relatou, em sua viagem de pesquisa pelo interior do Brasil, a grande quantidade de fumaça que “ardia nos olhos, irritava as narinas e inflamava os pulmões”. Era a derrubada das florestas usando o método que até hoje perdura: as queimadas. Na época, abriam espaços para as plantações de café no Vale do Paraíba.
Em um trecho do artigo, escreveu o jornalista: “(...) O que 2010 registra pela primeira vez nos anais da imprevidência política no País é o encontro das queimadas com uma campanha presidencial em que pelo menos uma candidata, Marina Silva (PV), tenta, em vão, discutir se é isso mesmo que os brasileiros querem daqui para frente. Pelo visto, sim. É pelo menos o que as pesquisa andam dizendo. Pobre Marina. Mais sufocante que o ar poluído e seco, só uma eleição conservada em índices tóxicos de pasmaceira conformista. O Brasil vai às urnas em um dos piores ciclos de seu desastroso currículo ambiental. E não está nem aí para isso.”
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