“Claro que estamos tristes. Mas não uma tristeza trágica. Estamos mostrando ao mundo que a África existe. Estamos muito orgulhosos”, disse a sul-africana Masukela, de Bloemfontein, (Estadão de hoje) logo após a eliminação da seleção anfitriã da Copa do Mundo. Derrotados mas vitoriosos. A África mostrou ao mundo uma realidade triste. Mas também vimos um povo que – embora enfrentando imensos problemas – consegue sorrir, dançar, confraternizar. A cada gol dos Bafana Bafana contra a França a torcida comemorava. E a festa continuou nas ruas, em Soweto, o bairro cuja pobreza gritante não afastou o sorriso dos torcedores.
Talvez essa seja a maior conquista desta Copa: vimos uma África que poucos conheciam. A África se mostrou ao mundo. Quem sabe a partir de agora o mundo aprenda a retribuir o sorriso, a festa, a dança desse povo com mais ações humanitárias. Um dia ouvi do Paulo Francis, em seus polêmicos comentários como correspondente da Globo em Nova York, que a África era um caso perdido. Não é. A África é de todos nós. De lá veio a humanidade, como disse o Prêmio Nobel da Paz, Desmond Tutu. Apesar de tanta polêmica nesta Copa do Mundo (Dunga brigando com a imprensa, o antipático técnico francês ignorando o aperto de mão do Parreira, os jogadores franceses dando vexame...) este é o grande acontecimento desse torneio que deveria ser apenas uma grande festa futebolística: a África emociona, existe, é um continente pelo qual devemos nos orgulhar.
Agora, por exemplo, vendo a Argélia perder para os Estados Unidos, impossível não se emocionar com a reação dos torcedores africanos, lá em Pretória. É mais uma equipe africana que sai da Copa do Mundo. Mas como cantam esses africanos!
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