segunda-feira, 2 de setembro de 2013

REFLEXÕES SOBRE A FRAGILIDADE DO CORPO

... e o Ipê na Lagoa floriu (foto: elaine borges)
Aos poucos, levanto meu corpo , seguro na borda da cama, e dou pequenos passos em direção ao banheiro. Olho meu rosto no espelho, levanto os braços, percebo que meus dedos das mãos estão bem mais finos, minhas pernas, mais frágeis. Caminho devagar. Subo as escadas segurando o corrimão. Na rua, me perguntam: '' aquela é sua filha? " É minha irmã. A doença, quando chega e custa a ir embora, causa mudança profundas no corpo. E, dependendo do tempo em que atinge seu físico, a fragilidade aumenta. Mas então vem a surpresa, a boa surpresa: a mente, o raciocínio, não são afetados pela dor que às vezes é quase insuportável. Há, sim, uma certa lerdeza. Ler continua sendo um grande prazer, mas as letrinhas, se forem miúdas, exigem mais paciência na leitura. Dependendo  do livro ou da revista, por enquanto alguns estão na pilha que todos que gostam de ler, costumam ter. Uma delas é a revista Piauí. Seus textos enormes, com letras miudinhas, exigem de mim muito esforço. Nada de livros com temas tristes, trágicos... Estes também estão na pilha que ultimamente está cada vez maior. Entre as alegrias, nos dois últimos dias um livrinho que passaria despercebido na banca, não fosse a amiga Gise me emprestar exatamente no momento em que eu estava meio down. O autor:  John Kennedy Toole. O livrinho: Uma Confraria de tolos. Já nos primeiros parágrafos, comecei a rir. A Gise já tinha avisado :"é hilário!" E é mesmo. Quando lançado, o The New York Times disse ser de uma "inventividade surpreendente". Naquele ano, 1981, ganhou o Prêmio Pulitzer.
Há mais para escrever sobre tão saborosa leitura. Mas cansei. Essa é a primeira vez que retorno ao blog. E ontem também fotografei o belo Ipê que floresceu cá no jardim da casa da Virgínia. Um bom recomeço, espero. Enquanto isso, vou tentando reforçar os músculos ( ainda tenho?), superar as dores, ficar mais firme, equilibrada, para continuar a curtir a vida que a mim me foi dada e que sempre agradeço.  

6 comentários:

  1. Querida Nane, quando superamos essas adversidades físicas geralmente nos deparamos com reflexões muito interessantes sobre a fragilidade do corpo e sobre o que realmente importa pra sermos felizes.
    Acho que suas palavras resumiram tudo isso com perfeição: o amor dos que nos rodeiam, uma boa dose de humor, os pequenos prazeres.
    Suas letrinhas nos lembram de que você é uma guerreira, carrega a força da vida contigo e sabe apreciá-la como ninguém!!
    Sou toda orgulhos em tê-la na minha vida.
    Um beijo enorme e um abraço bem apertado e cheio de saudade.

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    1. Ah querida, fiquei tão emocionada com tuas palavras!!! Sabes que tens todo o meu carinho.
      Um beijo

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  2. Elaine, me surpreendeu e me emocionou este relato. Não sabia dessa situação. As amigas são pra essas ocasiões. Você é uma guerreira querida.A fragilidade física não é nada perto da força de nossos corações e mente!!!Beijo e saudade!

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    1. Fetter, estás na minha seleta lista das amigas de fé. Sei que conto contigo. O pior já passou. Beijos.

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  3. Minha querida Fênix! Você deveria escrever mais; faz tanto bem ler o que V. escreve! Que tal pensar em um livro?
    Beijo grande!

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    1. Joana amiga, teus elogios muito me envaidecem. Um livro? Quem sabe... Beijos.

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