domingo, 30 de maio de 2010

DENNIS HOPPER E SEU DESTINO FINAL


Fotos: elaine borges (reprodução capa LP Easy Rider)
Prestei hoje uma homenagem ao talentoso Dennis Hopper que morreu sábado, aos 74 anos. E a maneira que achei para homenageá-lo foi ouvindo todo o LP (sim, ainda ouço minhas queridas "bolachas") que tem a trilha sonora do Easy Rider (Sem Destino), de 1969, do qual foi coautor do roteiro, ator e diretor. Lá estão The Pusher e Born to be wild, do Steppenwolf, Wasn’t born to follow, com The Byrds, If six was nine, com The Jimi Hendrix Experience… Quem gosta de música e cinema já sabe do que se trata. Easy Rider é um filme, hoje cult, sobre a viagem de dois motoqueiros pelo sudeste e sul dos Estados Unidos, acompanhados em parte por um advogado alcoólatra interpretado por Jack Nicholson. Mas não é um filme de motociclistas. Como definiu Hopper em uma entrevista no ano passado: “muito dele era sobre o que estava acontecendo na política do país”.
Sem Destino” consta na lista dos 100 melhores filmes de todos os tempos, segundo o American Film Institute.
Outros papéis marcantes do Dennis Hopper como ator: Apocalypse now (1979) de Francis Ford Coppola, e Veludo Azul (1986) de David Lynch.

IRONMAN - OS ATLETAS DE AÇO

foto: elaine borges

Da minha janela, vi nessa manhã atletas pedalando em suas bicicletas, cumprindo a segunda etapa do grande desafio: nadar 3,8 km, pedalar 18o km e percorrer a pé 42 km. É um grande desafio que o triatleta se impõe para superar limites físico e mental. Eu que caminho míseros 100 metros e já estou no limite das minhas forças, fico imaginando quanto preparo físico é exigido desses atletas - esses homens e mulheres de "aço" - para serem os grande vencedores. São 1650 atletas nessa 10ª edição do Ironman Brasil e sei que na etapa anterior o argentino Eduardo Sturla percorreu 180 km do circuito do ciclismo em 4h 21min 18.60s. O triatleta que participa dessas competições costuma treinar de 14h a 22h por semana. E quais efeitos tanto esforço provoca no seu corpo? Segundo o médico especialista em medicina esportiva, Tales Carvalho, (li no DC) "o corpo humano se comporta como se tivesse sofrido uma grave infecção".

À essas mulheres e homens de "aço", meus aplausos. Mas confesso que não entendo muito bem o que se passa na cabeça desses atletas para enfrentar tão duro desafio. A prova começou às 7 horas, em Jurerê, quando nadaram 3,8 km. Depois começaram a pedalar, passando por Canasvieiras, SC-401, Avenida Beiramar (quando vi os ciclistas da minha janela), até a Via expressa Sul da Ilha e depois vão correr 42 km, enfrentando o morro entre Canasvieiras e Jurerê. Tudo isso para ganharem, no final , US$8 mil para os vencedores masculino e feminino. No total, são distribuídos US$ 50 mil em premiação.

E, se os atletas merecem nossa admiração por tanto esforço, não posso esquecer que também há o lado problemático: o trânsito. Com parte das pistas interrompidas em várias avenidas da Ilha, nesse dia me obrigo a ficar em casa.

sábado, 29 de maio de 2010

TARDE DE SÁBADO

Beira Mar Norte - foto: elaine borges

DIA DO BRINCAR


Pião - foto: elaine borges
Ciranda, cirandinha/vamos todos cirandar/vamos dar a meia volta/volta e meia vamos dar/ O anel que tu me deste/era vidro e se quebrou/o amor que tu me tinhas/era pouco e se acabou/ Por isso menina/entre dentro dessa roda/diga um verso bem bonito/ diga adeus e vá embora.
Lembrei dessa brincadeira de roda da minha infância ao receber uma nota da Aliança pela Infância que realiza amanhã, domingo, das 14h às 18h, o Dia do Brincar no Parque Ecológico Córrego Grande, em Florianópolis. Entre as tantas atividades, uma será a brincadeira de roda, e também jogos, música, contação de estórias, oficina para fazer pipas, origami e ainda palestras sobre o brincar saúdável. Será também apresentado aos pais um vídeo que discute a publicidade e infância.
Motivo para reunir pais e crianças no Dia do Brincar: chamar a atenção para duas campanhas e conseguir o apoio de pedagogos, pais, psicólogos e políticos. Uma é o projeto de lei 6755/2010, que pretende alterar a lei de ensino fundamental para torná-lo obrigatório a crianças a partir dos 5 anos de idade. A Rede Nacional Primeira Infância (formada por 74 organizações da sociedade civil, do governo, setor privado, UNESCO, UNICEF, Aliança pela Infância, entre outras) quer tentar impedir que esse projeto de lei seja aprovado por considerá-lo “um atentado contra a infância e um desserviço à educação básica brasileira”. Os integrantes da campanha entendem que antecipar a idade para ingressar no ensino fundamental afasta as crianças das brincadeiras lúdicas impedindo que se desenvolvam de forma mais saudável para que, chegando à idade escolar, possam aprender com mais facilidade.
A outra campanha é a que trata da publicidade e o uso da criança para vender os mais variados produtos. “A indústria descobriu que é mais fácil convencer uma criança do que um adulto, então as crianças são bombardeadas que estimulam o consumo e que falam diretamente com elas”. Sobre o tema será projetado um documentário “Criança, a alma do negócio”, de Estela Renner. O argumento é o mesmo: a publicidade voltada para a criança afeta sua fase infantil. Elas sabem se maquiar, usam celular, conhecem novos produtos, “mas talvez nunca tenham visto uma pipa, se sujado com terra ou não sabem o que é brincadeira de roda”.
PARA PARTICIPAR

Para quem quer assinar a petição contra a lei, a RNPI (Rede Nacional Primeira Infância) basta acessar a homepage - http://primeirainfancia.org.br/2010/05/participe-da-nossa-peticao-online/Ao acessar a página, clicar no ícone "Take Action". Quem preferir registrar por telefone seu posicionamento ao PL 6755/2010, o número é 0800619619 – Alô Câmara.

domingo, 23 de maio de 2010

DOMINGO: DESCANSAR PRA REUNIR FORÇAS



fotos: elaine borges

Estudantes agredidos e presos (protestavam contra o aumento das passagens do transporte coletivo), violência policial, enxurradas, ventos de mais de 70 km/hora, ciclone, ressaca destruindo mais de 80 casas na praia de Armação do Pântano do Sul, pescadores sem condições de lançar suas embarcações ao mar, lestada castigando a Ilha... Difícil ler boas notícias. Pra dar um tempo, optei por publicar as fotos acima. Um pequeno intervalo pra curtir o domingo, respirar fundo, reunir forças e continuar reagindo, apoiando os bravos estudantes, os que tudo perderam com as enchentes, e não esquecer de começar a observar atentamente as fichas dos candidatos às próximas eleições. Há quem não tenha sofrido qualquer processo, mas isso não garante que suas fichas estejam limpas. Olho neles.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

OS SABORES DA INFÂNCIA


fotos: elaine borges

Sabe aquele momento em que, de repente, vem à nossa mente aquele gosto do bolo de milho, com uma textura única, sabor inigualável, e que se tornava mais saboroso quando sorvido com suaves goles de café com leite? Nossa memória olfativa ou gustativa às vezes nos leva a esses momentos. São os paladares da infância, dos cheiros, gostos, sabores de comidas simples, como daquela carne assada na panela de ferro, do arroz com galinha... E os doces, então! O inigualável sabor da ambrosia, do arroz doce, da compota de pêssego, de laranja? Cada colherada desses doces era como se fosse a maior iguaria enviada pelos deuses que habitam os cantos das cozinhas cuja autoridade maior ora eram nossas avós, ou mães, ou tias, nunca os homens. Esses eram responsáveis pelos trabalhos mais pesados, do campo, da faina do dia-a-dia.

O parágrafo acima escrevi em janeiro no ex-blog Jornalistas de Bobeira, para comentar o livro que lia na época: A morte do gourmet, de Muriel Barberry (Cia das Letras). São as memórias de um gourmet agonizante que tenta relembrar o gosto, o sabor de algo que comeu na infância.

Pois nesse último fim-de-semana, almocei várias iguarias que me levaram à infância, à memória degustativa. Lá, ao longo da BR-101, em Tijucas, após o último pedágio antes de chegar à Florianópolis, há um lugarzinho simples, cuja placa indica que servem café colonial. Basta entrar para descobrir que ali reina Dona Joana, a cozinheira. É ela e sua família (nora, genro, filhos...) que nos recebem logo à entrada. É Dona Joana que cozinha aquela variedade de sabores expostos nas panelas colocadas no grande fogão à lenha, lembrando mais um forno. São panelas com aipim cozido, dobradinha, batata doce, feijão, carne assada, doce de moranga (pedaços de abóbora com casca cobertos com uma calda de açúcar previamente cozidos)... Ao lado do fogão, outra tentação: doces, bolos, pastéis... E, pra terminar, um café fumegante mantido aquecido nos grandes bules colocados no centro do fogão.

Minha sensação, ao mastigar pedaços de aipim, batata doce, enfiar o garfo na moranga e sentir a maciez e a doçura da abóbora, foi de que minha memória degustativa havia sido acionada. E logo lembrei que a cozinha sempre foi o grande reduto de minha vida. Não para cozinhar (que não sei), mas foi o recanto mais acolhedor da casa onde vivi ouvindo histórias, conversando, sentindo o calor que emanava do fogão à lenha ornado de panelas com iguarias várias: aipim, batata doce, às vezes bolo de milho, arroz doce...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O BEIJA FLOR E SEUS MALABARISMOS


fotos: elaine borges

O bater de asas é impressionante e exige total atenção pra captar seus movimentos. Pequenino, o beija flor faz verdadeiros malabarismos: move seu pequeno corpo pra frente, pra cima, dá vôos rasantes, paira, sempre batendo as duas asas, e coloca o bico longo e fino e a língua para sugar o mel com água colocado em pequenos recipientes junto aos galhos das árvores. O mesmo malabarismo faz pra retirar o néctar das flores. Velozes e belos (li que o batimento das asas pode chegar a 90 vezes por minuto) são também conhecidos como chupa-mel, chupa-flor, cuitelinho... Como são muito rápidos, fiquei muito feliz quando consegui fazer estas fotos no último domingo, em Santo Antonio de Lisboa (no ótimo restaurante que serve excelentes massas e é um dos mais tranquilos recantos desta bela Ilha).

sábado, 1 de maio de 2010

CURTINDO O SOL

foto: elaine borges

Um sábado como este, temperatura agradável, céu azul, o sol batendo na janela, bom mesmo é ficar "lagarteando" como fez a Baby.