Nome em homenagem aos antigos moradores da Lagoa da Conceição que costumavam pegar muito siri nos seus balaios.Em especial a Lina Alexandrina, velha dama digna, rendeira, benzedeira, personagem rara de um lugar hoje totalmente transformado.E também porque, como os siris, aqui, um assunto puxa outro, passando por cinema,literatura,politica, assuntinhos leves, coisas da vida...
domingo, 27 de setembro de 2009
TARDE DE DOMINGO
CHUVA DE GELO
Nos últimos dois meses choveu acima da média em Santa Catarina. Como o solo está muito encharcado, não está afastada a hipótese de novos deslizamentos de terra, em especial no Litoral e no Vale do Itajaí, regiões que a Defesa Civil está dando uma atenção especial e fazendo alertas à população.
sábado, 26 de setembro de 2009
JEANNE MOREAU E A VIDA
BELO CAOS
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
CHOVE, CHUVA...
terça-feira, 22 de setembro de 2009
PRIMAVERA CHUVOSA
foto: virgínia figueiredo
Esse belo Ipê - tendo ao fundo a Lagoa da Conceição - durou poucos dias. Suas flores não resistiram às chuvas e aos ventos que sopraram por aqui. E a Primavera, que começou ontem, também promete ser uma estação chuvosa. Estamos sob a influência do El Niño, cuja última "aparição" por aqui foi em 2003. A previsão é de que a estação das flores terá mais cara de outono.
UM DIA, UMA GATA...E OS LIVROS
fotos: elaine borges
Então, voltei às leituras. “Morte Em Terra Estrangeira”, outro bom policial da Donna Leon, ainda me prende porque não sei quem matou o estrangeiro (estou na metade do livro). Reli “Tartarin de Tarascon”, do Alphonse Daudet, e redescobri que continua sendo uma leitura prazerosa e muito divertida. Ri muito. E à espera (embora já tenha começado) está o livro do Ruy Castro, “O Leitor Apaixonado – prazeres à luz do abajur”. No prólogo ele escreve: ”A vida não é mais a mesma depois que se penetra no reino das palavras. Na verdade, não me recordo de nenhum dia em que não estivesse cercado por elas”.
Lendo apenas o prólogo, já prevejo bons momentos de leitura.
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Quanto à “ação entre parentes” envolvendo a senadora Ideli Salvatti (PT/SC), seu filho, nora, e o ex-marido, Eurídes Mescoloto, prefiro não comentar.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
SC ENFRENTA TORNADOS, CHUVAS, VENTOS...
Mas não foi assim que um agricultor viu duas de suas vacas serem levadas pelo tornado que atingiu o município de Guaraciaba, no oeste de Santa Catarina. “Duas vacas, de 200 quilos cada, voaram e foram parar a 50 metros”, relatou o agricultor. Uma mãe tentava segurar a filha de nove anos, mas o vento foi mais forte e a tirou de seus braços. A menina morreu. Foi uma das quatro vítimas dos fortes ventos e tornados que atingiram o Estado. Levantamentos da Defesa Civil indicam que 69 municípios estão em situação de emergência. Há ainda 172 pessoas feridas, 7.368 desalojadas e 1.500 estão em abrigos.
domingo, 6 de setembro de 2009
TARDE DE INVERNO
A MANEIRA IDEAL PARA LER
Ítalo Calvino (Companhia das Letras)
Capítulo I:
Escolha a posição mais cômoda: sentado, estendido, encolhido, deitado. Deitado de costas, de lado, de bruços. Numa poltrona, num sofá, numa cadeira de balanço, numa espreguiçadeira, num pufe. Numa rede, se tiver uma. Na cama, naturalmente, ou até debaixo das cobertas. Pode também ficar de cabeça para baixo, em posição de ioga. Com o livro virado, é claro.
Com certeza, não é fácil encontrar a posição ideal para ler. Outrora, lia-se em pé, diante de um atril. Era hábito permanecer em pé, parado. Descansava-se assim, quando se estava exausto de andar a cavalo. Ninguém jamais pensou em ler a cavalo; agora, contudo, a idéia de ler na sela, com o livro apoiado na crina do animal, talvez preso às orelhas dele por um arreio especial, parece atraente a você. Com os pés nos estribos, deve-se ficar bastante confortável para ler; manter os pés levantados é condição fundamental para desfrutar a leitura.
Pois bem, o que está esperando? Estique as pernas, acomode os pés numa almofada, ou talvez em duas, nos braços do sofá, no encosto da poltrona, na mesinha de chá, na escrivaninha, no piano, num globo terrestre. Antes, porém, tire os sapatos se quiser manter os pés erguidos, do contrário, calce-os novamente. Mas não fique em suspenso, com os sapatos numa das mãos e o livro na outra.
Regule a luz para que ela não lhe canse a vista. Faça isso agora, porque, logo que mergulhar na leitura, não haverá meio de mover-se. Tome cuidado para que a página não fique na sombra – um amontoado de letras pretas sobre um fundo cinzento, uniformes como um bando de ratos -, mas esteja atento para não receber uma luz demasiado forte que, ao refletir-se no branco impiedoso do papel, corroa a negrura dos caracteres como a luz do meio-dia mediterrâneo. Procure providenciar tudo aquilo que possa vir a interromper a leitura. Se você fuma, deixe os cigarros e o cinzeiro ao alcance da mão. O que falta ainda? Precisa fazer xixi? Bom, isso é com você.
SOBRE A DIFÍCIL ESCOLHA DE UM LIVRO
Italo Calvino - trechos do Capítulo I:
(...) pois então você leu num jornal que foi lançado Se um viajante numa noite de inverno, o novo livro de Italo Calvino (Companhia das Letras), que não publicava nada há vários anos. Passou por uma livraria e comprou o volume. Fez bem.
Já logo na vitrine da livraria, identificou a capa com o título que procurava. Seguindo essa pista visual, você abriu caminho na loja, através das densas barreiras dos Livros que Você Não Leu que, das mesas e prateleiras, olham-no de esguelha tentando intimidá-lo. Mas você sabe que não deve deixar-se impressionar, pois estão distribuídos por hectares e mais hectares dos livros Cuja Leitura é Dispensável, os Livros Para outros Usos Que Não a Leitura, os Livros Já Lidos Sem Que Seja Necessário Abri-los, pertencentes que são à categoria dos Livros Já Lidos Antes Mesmo De Terem Sido Escritos. Assim, após você ter superado a primeira linha de defesas, eis que cai sobre sua pessoa a infantaria dos Livros Que, Se Você Tivesse Mais Vidas Para Viver, Certamente Leria De Boa Vontade, Mas, Infelizmente Os Dias Que Lhe Restam Para Viver Não São Tantos Assim. Com movimentos rápidos, você os deixa para trás e atravessa as falanges dos Livros Que Tem a Intenção De Ler Mas Antes Deve Ler Outros, dos Livros Demasiados Caros Que podem Esperar Para Ser Comprados Quando Forem Reeditados Em Coleções De Bolso, dos Livros Que Poderia Pedir Emprestados A Alguém, dos Livros Que Todo Mundo Leu E É Como Se Você Também Os Tivesse Lido. Esquivando-se de tais assaltos, você alcança as torres do fortim, onde ainda resistem
Os Livros Que Há Tempos Você Pretende Ler,
Os Livros Que Procurou Durante Vários Anos Sem Ter Encontrado,
Os Livros Que Dizem Respeito A Algo Que o Ocupa Neste Momento,
Os Livros Que Deseja Adquirir Para Ter Por Perto Em Qualquer Circunstância,
Os Livros Que Gostaria De Separar Para ler Neste Verão,
Os Livros Que Lhe Faltam Para Colocar Ao Lado de Outros Em Sua Estante,
Os Livros Que De Repente Lhe Inspiram Uma Curiosidade Frenética E Não Claramente Justificada.
Bom, foi enfim possível deduzir o número ilimitado de forças em campo a um conjunto certamente muito grande, conquanto incalculável num número finito, embora esse alívio relativo seja solapado pelas emboscadas dos Livros Que Você Leu Há Muito Tempo E Que Já Seria Hora de Reler e dos Livros Que Sempre Fingiu Ter Lido E Que Já Seria Hora De Decidir-se A Lê-los Realmente.
(...) Tudo isso para dizer que, após ter percorrido rapidamente com o olhar os títulos dos volumes expostos na livraria, você se dirigiu a uma pilha de exemplares recém-impressos de Se um viajante numa noite de inverno, pegou um e o levou ao caixa para ver reconhecido o seu direito de possuí-lo.
Você ainda lançou sobre os livros em redor um olhar desgarrado (ou melhor: os livros é que o olharam com um olhar perdido como o dos cães nos cercados do canil municipal quando vêem um ex-companheiro ser levado na coleira pelo dono que veio resgatá-lo) e, enfim, saiu.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
OLHAR DISTANTE
terça-feira, 1 de setembro de 2009
PERIGO NAS ALTURAS
NO TEMPO DA RATOEIRA
NAMORO NA RATOEIRA
Na época da safra da mandioca, de abril a agosto, era o
costume colher a mandioca, levar para o engenho e, à noite,
toda a vizinhança ia ajudar a raspar a mandioca.
No fim da farinhada, nós resolvíamos fazer uma festinha,
Dançávamos, bebíamos cachaça queimada,
que era a bebida da época, comíamos rosca de polvilho, broa,
tomávamos um café forte e aí íamos dançar a ratoeira.
A ratoeira era uma dança.
Todos se davam as mãos, e um entrava na roda.
Aquele que estava dentro da roda cantava, e depois
botava o outro... e assim ia.
Nas cantigas, começavam os namoros.
Um cantava um verso romântico, outro mais agressivo e assim
continuava.
Algumas vezes, eu saia da ratoeira e botava a
namorada dentro da roda.
Tinha um verso que eu cantava que dizia assim:
Em cima daquele morro
tem um coqueiro furado
está cheio de lágrimas dentro
que por ti tenho chorado.
E aí eu botava a namorada na roda e vinha a resposta,
mas não me lembro.
Uns tocavam gaita, outro viola, pandeiro e faziam a festa.
Um dos versos dizia assim:
por ti morro
nem por ti ando morrendo
isto é o pouco caso
que eu por ti ando fazendo.