sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A PRAÇA XV É DO POVO. DE DIA E DE NOITE

foto: elaine borges

A vida de uma cidade gira em torno de suas praças, terminais de transporte urbano, centros de compras, mercados públicos, calçadões, kioskes, bares, igrejas, centros comunitários... Em Florianópolis não é diferente. Há vida, há movimento, há gente em cantos, calçadões e, principalmente, na Praça XV, no centro da cidade. É debaixo da imensa e bela figueira que transitamos, nós, moradores da Ilha. É lá que senhores aposentados gostam de encontrar velhos amigos. Há grupos jogando dominó, há a feirinha semanal... É lá que encontro livros usados ou os LPs na popular banca da esquina, próxima aos casarões antigos ainda conservados (até quando?). É lá que os turistas gostam de cumprir um ritual: abraçar a figueira. Quem sonha em casar, o simples gesto de abraçá-la - garantem os guias turísticos - breve encontrará seu par ideal.

A Praça XV nos últimos dias, no entanto, vem suscitando um acalorado debate: insegura à noite, a administração municipal pensa em fechá-la das 22h às 8h da manhã. Sob o argumento de que à noite a Praça XV é ocupada por drogados, usada como "banheiro público", por ladrões, e, portanto, quem por lá transita pode ser assaltado à qualquer momento, a solução seria fechá-la durante a madrugada.
Mas não seria mais correto colocar mais guardas noturnos, aumentar o policiamento, tornando-o mais ostensivo? Comerciantes que têm seus negócios ao redor da Praça já estão se manifestando. Há quem apoie: cercar a Praça é a solução. Outros entendem que essa é uma medida drástica e cômoda. Na próxima semana responsáveis pela administração municipal querem ouvir a população. Se vale a opinião de uma simples jornalista a minha resposta é não. A praça é do povo. De dia e de noite. Há soluções menos drásticas para torná-la segura.

2 comentários:

  1. Se vale a opinião de uma nativa, minha resposta também é NÃO.

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  2. Os criminosos tomam os espaços porque nós nos retraímos, abandonamos nossa história, como se dela tivéssemos vergonha ou como se não tivesse importância a manutenção do que é público, por consequência, de todos.
    E se, em lugar de cercar a praça nós nos apoderarmos dela para torná-la um espaço cultural (apresentação de corais, conjuntos musicais, serestas, exposições de arte, gincanas) resgatando sua importância e contando com o poder público para dar suporte e segurança?
    É nossa timidez frente à destruição que dá espaço ao sucateamento e ao crime.

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