sábado, 30 de janeiro de 2010

CENA RARA: UM "PASSEIO" NA PONTE

foto: elaine borges

Da janela do meu apartamento vi agora (meio-dia) essa cena bem rara: várias pessoas passeando na ponte Hercílio Luz. Talvez fosse uma equipe supervisionando as obras. Não sei informar. Estranhei porque, com esse calorão, passear na ponte não é um programa lá muito agradável. Fechada desde 1982 para reparos (ameaçava cair) há um mistério nessa reforma: entra governo, sai governo e a reforma continua. Há algumas semanas um operário que trabalhou na ponte me disse que sempre fazia a mesma coisa e nunca via avanço nas reformas. Preferiu deixar o emprego.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

OS GATOS E SEUS MISTÉRIOS

foto: elaine borges

Não se enganem. Esse olhar da minha gatinha não significa submissão. Os gatos desenvolveram a arte do encantamento e quando olham assim, aos pés do dono, apenas deixam entrever uma pequena paixão por aqueles que dão a eles ração, abrigo e carinho. Esse olhar da Baby, que me surpreende a cada momento, em especial quando estou lendo, não me permite vislumbrar qualquer sinal que não seja de mistério. Apenas sei que aqueles olhos escondem um mundo interior que nós, humanos, jamais conseguiremos decifrar.

FLORIANÓPOLIS E AS DEMOLIÇÕES

As ações têm sido rápidas. Máquinas pesadas avançam em direção as casas e vão derrubando tudo. Já foram demolidos o Kioske do Pirata na Praia Brava, um deck construído na Lagoa da Conceição e quatro edificações na praia da Armação e Lagoa do Peri, sul da Ilha. Gerson Basso, diretor superintendente da Fundação do Meio Ambiente, em várias entrevistas tem sido enfático: “Nossa intenção com essas demolições não é trazer o caos para a cidade, mas sim fazer valer a lei sem distinção se é rico ou pobre”.


As ações de demolição são aplaudidas por todos os defensores do meio ambiente. Construções irregulares devem, sim, serem demolidas. Mas há uma pergunta no ar ainda sem resposta convincente do diretor da FLORAM: Se a lei é para todos, por que aquela mansão de 1.536 m², propriedade de Dilmo Wanderley Berger, localizada na Rua Desembargador Pedro Silva, em Coqueiros, entre as praias da Saudade e do Meio, construída sobre o mar, continua lá, embora já tenha sido objeto de ação do Ministério Público Federal de Santa Catarina? Essa pergunta já foi feita nesta semana diretamente ao Sr. Basso, em entrevista à CBN/Diário. Sua justificativa: quando Angela Amin era prefeita concedeu o habite-se, portanto, ele nada pode fazer. Não é necessário dizer o óbvio: Dilmo é irmão de Dario que é prefeito de Florianópolis e chefe do Gerson Basso.


Basso informou que tem 5.000 processos tramitando no setor jurídico da FLORAM e que, aos poucos, sua equipe vai analisando e, quando necessário, autorizar as demolições. Disse contar com total apoio do prefeito e agirá de acordo com a lei (“sem distinção se é rico ou pobre”). E se o dono do imóvel construído em promontório e terras da marinha for irmão do prefeito? E se em tantos outros imóveis,visivelmente construídos em áreas de preservação permanente, seus proprietários são pessoas influentes, com fortes ligações com empresários da construção civil? E se houver um jogo de interesse entre promotores de grandes eventos e o poder público? Nesses casos, a lei também será aplicada?


Gostaria de ouvir uma resposta afirmativa. Resposta que não ouvirei. Que pena. A cidade continuará, aos poucos, vendo suas áreas mais nobres sendo ocupadas de forma desordenada e sem obediência às leis de proteção ao meio ambiente.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

NOVA MANEIRA DE SACIAR A SEDE

foto: elaine borges

A Baby é assim: quando tem fome, come; quando tem sono, tira longas sonecas, ou seja, passa grande parte do dia dormindo. Mas quando tem sede, só tem um lugar que ela gosta de tomar água: na torneira da pia. Coloca a linguinha junto à torneira e ali permanece, sorvendo pequenos pingos d'água. E com o calorão dos últimos dias, como o de hoje cuja sensação térmica chegou a 35° no início da tarde, passou um bom tempo lá, saciando a sede.

FLORIANÓPOLIS TERÁ BAILE PÚBLICO

A comissão organizadora do Carnaval voltou atrás: vai ter Baile Pública no Largo da Alfandega. Com um detalhe:, sem reggae ou funk por que, segundo os organizadores, esse tipo de música deixa os ânimos mais exaltados e pode suscitar brigas. Só poderão tocar samba, samba enredo e marchinhas. É mais uma bobagem. Mas o importante é que vai haver Baile Público e o povão vai poder se divertir.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

CARNAVAL SEM POVO

(Reprodução)

Houve um tempo que nós tínhamos um dos melhores carnavais do sul do país. As ruas centrais de Florianópolis ficavam lotadas de gente: blocos de sujo, bandinhas, baterias de alguma escola de samba... O povão solto, brincando, se divertindo. Hoje fiquei sabendo que não haverá baile público e nem o concurso de fantasias dos alegres rapazes na Avenida Hercílio Luz. Motivo alegado pela comissão organizadora do carnaval: falta de segurança. No ano passado uma pessoa foi assassinada, houve muita brigas, tumultos... Daí pergunto: e nas outras capitais, como Salvador, Recife, Rio de Janeiro, não há tumulto, um montão de gente nas ruas, prisões e até mortes? E a programação continua. Não seria mais correto aumentar o policiamento? Se as proibições continuarem, vai haver um dia que o carnaval na Ilha se limitará aos desfiles na passarela Nego Querido. Tudo muito certinho, muito arrumadinho. E sem graça. O povo se limitará a olhar sem participar.

sábado, 23 de janeiro de 2010

UM DIA DE CHUVA

Ponte Hercílio Luz ontem, ao final da tarde (foto: elaine borges)

Um Dia de Chuva

Alberto Caeiro

Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem; cada um como é.

..........................................................................

Quando olho através da janela a paisagem que vejo é de inverno. O mês de Janeiro tem sido assim. E, segundo a previsão do tempo, sábado e domingo a chuva vai novamante aparecer. Eu não reclamo. Dias assim são também bonitos.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

JORNALISTAS E O MUNDO REAL (2)

Caro Nei, talvez eu não tenha escrito com a devida clareza meu texto. “A turma que faz o blog” são vocês (Nei Duclós, Cesar Valente, Zanoni Antunes e Mario Medaglia) do Jornalistas de Bobeira. Basta ler na coluna da direita do blog.
Talvez o que não tenha ficado muito claro foi o adendo, ou detalhe, que quis acrescentar para criticar a enorme importância que colunistas, repórteres, comentaristas, estão dando a questão do vice-governador Leonel Pavan. Ou seja, além dessa estranha especialidade da nossa profissão que é, na essência, perguntar e obter respostas, como bem enfatizas no teu texto (O Estranho Especialista) quis acrescentar que há uma outra especialidade que estamos perdendo: a de ter o devido faro para perceber que aquilo que parece tão essencial, não tem tanta importância para o homem comum, o da planície. Cansei de ouvir comentaristas dizerem que “os catarinenses” estão acompanhando de perto essa questão do troca-troca do governo: sai o governador, assume o presidente do TJ, depois assume o vice que enfrenta problemas na justiça...
No entanto, o que percebo é que o “o povo”, como vários colegas insistem em dizer, pouco está interessado nesse assunto. Que, claro, é notícia e merece ser abordado, mas não com tanta ênfase como se tivesse vital importância para os catarinenses.
É isso, caro Duclós. Embora com tantos anos na profissão, nem sempre consigo escrever com a devida clareza como gostaria.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

JORNALISTAS E O MUNDO REAL

Nei Duclós postou um comentáriolá no blog da turma e me fez pensar em outro detalhe (e por ser detalhe não quer dizer que não seja importante) relativo à nossa profissão. Trata-se do assunto que "todos os catarinenses estão acompanhando": o imbroglio em que se meteu o vice-governador Leonel Pavan, acusado pelo Ministério Público de "corrupção passiva, advocacia administrativa e quebra de sigilo funcional" em consequencia do que a Polícia Federal chamou Operação Transparência.
Transformado em "assunto do momento", comentaristas, repórteres, colunistas, têm se dedicado a escrever, comentar, entrevistar, opinar sobre tão candente tema. Em meu mundinho cá debaixo e bem longe do poder, conversando com taxistas, gente comum, faxineiras, porteiros, amigos, pergunto sempre: "Voces sabem como está o caso Pavan?" Poucos me respondem. Dos taxistas - muito bem informados - quase sempre ouço o mesmo comentário: "Políticos? É tudo um bando de ladrões!"
Duclós, no seu texto, escreveu: "A especialidade do jornalista não é decifrar, mas arrancar da fonte a chave do enigma. No fundo, é um especialista em não saber, que vive das perguntas que faz e das respostas que obtém e veícula por meio de um texto, de uma fala própria, composta pelo próprio jornalista em pleno exercício de sua profissão em regime de liberdade".
Pois eu penso que jornalista é tambem aquele que desce do mundo "lá de cima", afasta-se do excessivo convívio com os governantes, e passa a ouvir, a escutar gente miúda, a conviver com o homem comum. Pois a esse homem comum pouco interessa saber da Operação Transparência envolvendo o vice-governador, empresários, funcionários públicos do alto escalão em corrupção passiva, quebra de sigilo funcional...
Por isso, acho estranho quando observo a ênfase dada ao assunto que "os catarinenses estão acompanhando". Parece que todos estão atentos, acompanhando com interesse tão candente questão:"Leonel Pavan vai ou não assumir o governo? É culpado ou não? A tríplice aliança permanece para as eleições deste ano? E o presidente do Tribunal de Justiça vai assumir o governo quando Luis Henrique da Silveira viajar (de novo?)."
E chego a uma triste conclusão: nós, jornalistas, estamos cada vez mais distantes do mundo real.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

NEGA TIDE SAI DE CENA

Foto: Hermínio Nunes (DC)

A primeira fez que vi Nega Tide sambando foi quando os desfiles das Escolas de Samba eram ao redor da Praça XV. Todo mundo se amontoava ao redor da Praça, junto ao meio fio, esperando pra ver o desfile das Escolas. Uma batucada ensurdecedora anunciava que as Escolas estavam próximas. Em uma delas sobressaia uma mulher alta, negra, um sorriso imenso, mãos pra cima, requebrando, agitando a plateia, cativando o povo que lá estava. A impressão que dava era que todos que lá estavam esperavam ela, a Nega Tide. Gritavam: ”Vai Nega Tide! Estás linda!” E ela sorria, acenava, jogava beijos e sambava. E como sambava!
O tempo foi passando e a Nega Tide se tornou o símbolo do carnaval de Florianópolis. Eleita Cidadão Samba seis vezes, ultimamente ocupava lugar de destaque em todos os desfiles. Sua presença na passarela era imprescindível. E sempre suscitava comentários: “Lá vem ela, a Nega Tide”. E ela, já demonstrando a passagem do tempo, surgia, sempre com aquele largo sorriso, esbanjando simpatia, segura de que, entre todas, era a nossa sambista número um, a Cidadã Samba. Não tinha cetro, nem coroa, mas era também a rainha do nosso carnaval. Seu reinado foi duradouro. Circulava em todos os meios sem distinção de classe ou cor. Negra, orgulhosa, bonita.
Nega Tide morreu ontem. Tinha 64 anos. Boa parte deles vividos junto ao povo, ora participando do desfile da sua Escola, ora cozinhando para os amigos (a famosa “rabada da Tide”), ora às voltas com tantas atividades, sempre ligadas à sua cidade, Florianópolis. Neste carnaval seria homenageada pelo Bloco Unidos do Morro do Céu e – como sempre – sairia como destaque na sua amada Copa Lord. Leva com ela parte da grande alegria do carnaval de Florianópolis. Um carnaval que, no passado, no auge do reinado da Nega Tide, era mais espontâneo e único. Ver o povo nas ruas, dançando, sambando, saindo atrás das Escolas de Samba, eram belos espetáculos. E sem violência.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

FLORIANÓPOLIS: PRAIAS POLUIDAS FREQUENTADAS POR TURISTAS


Lagoa da Conceição - manhã de hoje (foto: elaine borges)

Todos os anos a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina divulga, durante a temporada de verão, a relação das praias impróprias para banhos. São trechos poluídos ao longo das praias de Jurerê, Canasvieiras, Ingleses, Praia Brava, Lagoa da Conceição... Segundo último levantamento, são 60 pontos poluídos, dos 193 monitorados ao longo do litoral catarinense. Ou seja, áreas intensamente freqüentadas por turistas e moradores. Em Canasvieiras a Rua Acari Margarida já faz parte do calendário anual da Fatma. Há um cano de esgoto que dá diretamente na praia, mas, mesmo as águas estando visivelmente sujas, os banhistas lá ficam, nadando nos coliformes fecais e sujeitos a contrair doenças de pele, diarréia, hepatite A... Há ainda o trecho do rio do Braz, cujos moradores das redondezas não usam as instalações dos esgotos sanitários e jogam os dejetos diretamente no rio que, por sua vez, polui a praia.
O presidente da Fatma, Murilo Flores, disse à Folha (matéria de Ana Carolina Cardoso e Luiza Bandeira sobre as praias de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, edição de sábado) que a rede de esgotos não está preparada para receber um número maior de turistas (são esperados 4.5 milhões até março em SC). Ora, se não estamos preparados para receber tantos turistas, por que órgãos do setor insistem em fazer intensa propaganda lá fora, “vendendo” um paraíso que não existe? Há falta de água, transporte urbano deficiente, rodovias com trânsito caótico, não há nem mesmo o mínimo necessário (banheiros públicos, por exemplo) e, no entanto, a impressão que passa – ou é “vendida” – é de que a Ilha é o paraíso na terra. Moramos, sim, numa belíssima cidade, mas até quando essa lindeza resistirá a tantas agressões?
O vice-presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes de Santa Catarina, Estanislau Bresolin, disse, também à Folha, que “os trechos impróprios não são aqueles que os turistas freqüentam, não são as praias inteiras. E quando isso acontece, há placas para avisar e o problema é logo resolvido”. Não é bem assim. As placas são modificadas, principalmente pelos donos dos restaurantes e hotéis: no lugar de “impróprias” eles colocam “próprias” e enganam os turistas.
Portanto, como seguir as recomendações da Fatma para que os banhistas, constatado que há trechos poluídos, mergulhem a uma distância de 400 metros se as placas são rapidamente modificadas? Ou seja, os veranistas, iludidos pelas placas alteradas, estão mergulhando no meio dos coliformes fecais.

AVATAR GANHA O GLOBO DE OURO

Foto:reprodução

Avatar ganhou ontem o Globo de Ouro como o melhor filme e James Cameron levou o troféu como melhor diretor. Vi a cerimônia da premiação só pela metade (cansei e fui dormir). Hoje, ao ler na internet os premiados, achei que foi uma justa premiação. Mais justa ainda porque o ótimo Christoph Waltz foi escolhido o melhor ator coadjuvante por Bastardes Inglórios, do Quentin Tarantino. Meryl Streep, a grande dama do cinema, foi escolhida a melhor atriz pela comédia Julie e Julia. Vi o filme sábado, mas - confesso - não gostei muito, achei a Meryl Streep um pouco over. Mas quem gosta de cinema, deve ver. É uma boa diversão. Up - Altas Aventuras ganhou o prêmio por melhor animação e melhor trilha sonora. O filme é mesmo uma gracinha (lembrei daquele padre paranaense que resolveu viajar levado por balões e sumiu nas nuvens).

A escolha dos melhores e que ganham o Globo de Ouro são considerados cotados para levarem também o Oscar. Mas nem sempre isso acontece. A premiação do Oscar será em fevereiro.
Mas, ao ver a premiação, fica a triste constatação: a maioria dos filmes concorrentes e premiados nós, cá nessa ainda bela Ilha, ainda não vimos. E nem constam na programação das salas de cinema. A não ser Sherlock Holmes, que deu a Robert Downey o prêmio de melhor ator (não vi ainda). Tem Amor Sem Escalas, com George Clooney, A Fita Branca, O Lado Cego, com Sandra Bullock, escolhida a melhor atriz, Crazy Heart, com Jeff Bridges... Nossa programação é de dar dó, e sem o CIC (em reforma) a tristeza aumenta. Resta viajar aos grandes centros (São Paulo, em especial) ver um monte de filmes em poucos dias (fiz muito isso) e voltar. Ou seja, nossa salvação ainda é a ponte aérea.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

AVATAR - CINEMA DO BOM

Espetáculo imperdível, maneira inusitada de contar uma história, capaz de encantar crianças, jovens e adultos, cores impressionantes, movimentos, idem. Tudo isso e muito mais - principalmente o uso da mais fina tecnologia – refere-se ao filme Avatar, de James Cameron(dirigiu também Titanic, outro campeão de bilheteria) . É um grande prazer sentar no escurinho do cinema a assistir tão grandioso espetáculo. Sim, não é exagero dizer que o filme Avatar é um espetáculo. E olha que não vi o filme em 3D. À tarde as seções em 3D são dubladas e não consigo ver filmes dublados, acho muito chato. É óbvio que vendo em 2D perdi metade das sensações que deve sentir qualquer um que coloque os óculos pra entrar naquele mundo fantástico. Mas ainda penso em ver novamente, desta vez em 3D porque é assim que deve ser visto. A verdadeira viagem sensorial que o filme promete deve ser percorrida usando os óculos que permitem envolvimento maior com o mundo criado por Cameron.


Avatar (“processo metafórico, transformação, mutação”, segundo o dicionário Houaiss ou “na crença hinduísta, descida de um ser divino à terra, em forma materializada, particularmente cultuados pelos hindus são Krisna e Rama, avatares do deus Vixnu; os avatares podem assumir a forma humana ou de um animal”), não é um grande filme no que se refere aos diálogos, um tanto primários, mas, apesar disso, atrai, envolve. Há quem diga que é um filme regular, eu achei ótimo. É ficção científica onde os maus, os destruidores, são os humanos, os habitantes da Terra. E os supostamente “selvagens”, os habitantes de Pandora, são os verdadeiros protetores do meio ambiente.

Avatar é cinema do bom, diverte. E, devido ao bom uso dessa nova tecnologia, 3D (já anunciada para também ser usada nos próximos aparelhos de TV de alta definição a serem lançados ainda neste ano) já é um marco na indústria do cinema.

CURIOSIDADE SEM FIM

foto: elaine borges
Quando montei a árvore de Natal, lá estava a Baby, olhando... Na desmontagem, lá está ela, novamente. Gatos são assim: só se dão por satisfeitos após cheirar, olhar, chegar bem pertinho de qualquer "novidade" na casa.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

ENTARDECER

Ponte Hercílio Luz - foto: elaine borges

Nosso belo cartão postal estava assim hoje, ao final da tarde, após uma chuvarada bem típica de verão.

FLORIANÓPOLIS E SEUS PROBLEMAS

PROCURAM-SE DIRIGENTES

Celso Vicenzi - Jornalista (*)

Perguntar, não ofende: Será que a Celesc não tinha outra data para fazer a instalação de cabos subterrâneos na Beira Mar Norte? Tinha que ser justamente durante a temporada de verão, quando cresce o número de veículos circulando na Capital?

E a Casan, vai repetir todo ano a mesma desculpa por ter um sistema que não dá conta da demanda turística na alta temporada? É claro que investir muitos recursos para três ou quatro meses de consumo intenso vai gerar ociosidade do sistema no resto do ano, mas é o preço que uma cidade que deseja faturar com o turismo precisa pagar. E quem mais lucra com o turismo deveria assumir parte desse ônus e investir numa parceria público-privada.

Até quando vamos esperar pela duplicação de vias importantes como a do Pantanal, da Via Expressa que dá acesso à Florianópolis, da Avenida das Rendeiras, das SC-405 e 406 que dão acesso às praias do Sul? E quando vão concluir a Beira Mar do Continente, o acesso ao aeroporto? Quando irão construir o Trevo da Seta, o túnel no morro da Lagoa, um sistema ferroviário e marítimo? Quando teremos policiais agilizando o trânsito em áreas críticas e sendo enérgicos com quem usa o acostamento quando se formam filas?

Até quando nossas autoridades vão repetir velhas desculpas e gastar o dinheiro que sempre dizem que não têm com árvores de Natal, construção de kartódromo para uma única prova anual, vinda de celebridades e operação tapa-buraco como se isso fosse a maior das prioridades? Não precisamos de dirigentes marqueteiros ou que façam apenas o óbvio, mas daqueles que tenham coragem e lucidez para pensar o amanhã.

Florianópolis, que boa parte do planeta agora descobre fascinado, precisa de políticos e dirigentes éticos, com visão de mundo, muito bem assessorados por técnicos competentes, que saibam oferecer soluções para os próximos 30 ou 50 anos. Chega de improvisações, chega de jogadas de marketing (mais educação e cultura!), chega de beneficiar alguns poucos em prejuízo do bem-estar de toda uma comunidade.

Queremos dirigentes com coragem para fazer o que é preciso, sempre pensando no bem comum e não apenas de alguns poucos que lucram com as omissões e permissões do poder público. Isto significa fazer escolhas, sim, impor modelos, elaborar leis e exigir rigor na aplicação. Soluções no varejo, só postergam e ampliam os transtornos. Precisamos enxergar o futuro e começar a construí-lo já.

Para que precisamos de dirigentes que só sabem constatar que as vias de trânsito já não dão conta do volume de tráfego? Que falta água a cada verão? Que os edifícios avançam sobre áreas que deveriam estar sendo protegidas? Que falta saneamento? Que transferem de uns para outros – em nível municipal, estadual e federal – a responsabilidade por soluções?

Precisamos de dirigentes que se antecipem aos problemas. Falta uma política de transporte público eficiente, falta uma política de saneamento básico e diretrizes claras sobre a ocupação do solo. Se as autoridades não impõem limites ao crescimento desordenado e não adotam medidas para evitar o caos, nada se resolverá por mágica, nem mesmo nesta Ilha da Magia.

Em 2010 teremos eleições. Ainda não para prefeitos e vereadores. Mas toda escolha política decide. Quando só se pensa em si, cedo ou tarde haverá uma conta a pagar. A vida que queremos e para as futuras gerações precisa estar apoiada em valores éticos, para todos. Não basta votar. É necessário participar, fiscalizar, reagir, protestar, sugerir. Nas páginas dos jornais, em todos os meios de comunicação, nas associações e entidades de classe e, principalmente, nas ruas – que é o espaço de protesto mais temido pelos políticos. Ou assumimos nossas responsabilidades de cidadãos ou pagaremos o preço amargo da omissão. E da eterna falta de soluções.

....................................................................

(*) Celso Vicenzi é um dos mais competentes jornalistas de Santa Catarina. Reproduzo seu texto por concordar plenamente com sua opinião.

domingo, 3 de janeiro de 2010

ESPERANDO O VERÃO PASSAR

foto: elaine borges
“Turistas e moradores do norte da Ilha de Santa Catarina fazem economia para evitar falta d’água.” O que li agora no DC on line é mais um exemplo das promessas não cumpridas das autoridades ligadas ao turismo e principalmente da CASAN. “Não faltará água na próxima temporada de verão. Estamos preparados”. Promessas, promessas, promessas. O fato é que a Ilha de Santa Catarina aos poucos perde a magia e se transforma numa terra muito mal administrada. Os problemas se avolumam a cada temporada de verão. A falta d'água potável já está obrigando alguns administradores de condomínios de Canasvieiras a desligar os chuveiros externos, colocar avisos para que os hóspedes tomem banhos rápidos e também compraram água pagando R$ 360 por oito mil litros.
Fico pensando nos turistas que cá chegam atraídos pela propaganda e percebem que foram iludidos. Ou não? Ou seja, sabem dos problemas, mas, mesmo assim escolhem Florianópolis para passar as férias. É bem possível. A Ilha ainda é bela e talvez tanta beleza compense o sacrifício. Eu e minha amiguinha de quatro patas - como tantos outros moradores - preferimos ficar recolhidas até passar essa invasão. Mesmo porque entre os que cá chegam há uns trogloditas, barulhentos, mal-educados e que não respeitam ninguém.

A BELA JOAQUINA

foto: elaine borges

Impossível ignorar tanta beleza, como esse canto da praia da Joaquina. O problema é chegar lá. Há constantes engarrafamentos em todas as rodovias que cortam a Ilha.

RARA CALMARIA

foto: elaine borges

Durou pouco, muito pouco, essa calmaria na Lagoa da Conceição. Às oito da manhã deste domingo, as águas estavam serenas, calmas e somente um barco flutuava no Retiro da Lagoa, a esquina da Avenida das Rendeiras que leva à Joaquina e Mole. Pouco depois, o agito começou. E assim será até o final da temporada de verão. Haja paciência.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

TRIÂNGULO DO PARAÍSO VIROU PESADELO



fotos: elaine borges
O famoso Triângulo do Paraíso - trevo que liga a Lagoa da Conceição às praias da Joaquina e Mole e, mais adiante, à Barra da Lagoa, na região leste de Florianópolis - hoje se transformou em pesadelo para inúmeras pessoas que aproveitaram o dia para curtir tão badaladas praias. Filas imensas se formaram em toda a extensão da Avenida das Rendeiras e nas rodovias da região. Por vários momentos os veículos permaneceram parados em ambas as vias. Alheios ao perigo, muitos grupos de turistas mais entusiasmados e "alegres" eram transportados no porta-malas dos carros. E mais uma vez - como vem acontecendo na temporada de verão - o policiamento sumiu.