Vaso de manjericão (foto: elaine borges)
Meu “jardim de inverno” que cultivo com cuidado cá no décimo andar, tem me proporcionado pequenas alegrias. O vaso com manjericão recebe a suave luz da manhã e exala um perfume que atrai até os longos fios do “bigode” (importante nos felinos para lhes garantir equilíbrio) da minha amiga de quatro patas. Na sala, o também perfumado vaso de lavanda até exibe pequenas flores brancas. Ao lado, o vaso de tulipas resiste bravamente e ostenta suas delicadas flores vermelhas. Às vezes, passo as mãos nas folhas do manjericão ou da lavanda e, por alguns momentos, minha casa fica com cheiro de campo, de comida, de pizza... Sim, gosto de pizza. A margherita é a minha predileta: uma simples combinação de massa, queijo, tomate e manjericão e eis a delícia das delícias. Quis saber mais sobre essa delicada planta e li, lá no Google, que “na índia é considerada uma planta sagrada que dá proteção espiritual e física”. E mais: segundo a lenda, “o manjericão cresceu ao redor do túmulo de Cristo após sua ressurreição e, por isso, ainda hoje é usada nas igrejas ortodoxas gregas para preparar a água benta”. Li ainda que em grego “basilikos” (manjericão) significa “real” e foi usada para ungir reis. Descobri também que é indicada para problemas respiratórios e reumáticos e há pessoas que tem o hábito de tomar chás com as folhas ou flores do manjericão por suas propriedades tônicas e digestivas.
Escrevo sobre minhas pequenas alegrias e penso: “quem me lê (meia dúzias de amigos) deve achar que, com tantas coisas sérias acontecendo por aí, e ela falando sobre seu simples vaso de manjericão”. Explico: não estou fora do mundo, apenas mais recolhida, menos “rueira”. O motivo: estou na lista das pessoas de “risco”, ou seja, se o vírus da gripe suína passar por mim vai pensar; “eis uma boa candidata, não tem imunidade, é imunossupressora (todos os transplantados são obrigados a tomar imunossupressores para evitar a rejeição). Vou ficar por aqui”.
É claro que não estou fechada cá no meu apartamento olhando o mundo pela janela. Nada disso. Apenas mudei um pouquinho minha rotina. Estou evitando permanecer em lugares fechados, pouco ventilados. Mudança que vai perdurar enquanto essa onda de frio permanecer cá pelo sul. Pela primeira vez na vida estou querendo um calorzinho. Sol, muito sol. Com ele, o vírus vai embora (esperamos todos) e aí retorno a minha rotina: cinema, shopping, cafezinho nos bares da vida...
Pra variar, adorei teu texto. Estás certa: fica em casa com a Baby, curte teu jardim e, da janela, deixa a gripe passar.
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