Nome em homenagem aos antigos moradores da Lagoa da Conceição que costumavam pegar muito siri nos seus balaios.Em especial a Lina Alexandrina, velha dama digna, rendeira, benzedeira, personagem rara de um lugar hoje totalmente transformado.E também porque, como os siris, aqui, um assunto puxa outro, passando por cinema,literatura,politica, assuntinhos leves, coisas da vida...
sábado, 28 de fevereiro de 2009
NUIT DES CÉSAR
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
AINDA SOBRE CINEMA
Se o cinema de autor começa a dar sinais de vida, ele chega sem a radicalidade que o definia. Passou a fase de obras-primas insuperáveis, que entrou em descenso a partir do aperto sobre a Sétima Arte, indústria estratégica por excelência. Todos tiveram chances de produzir seus filmes de propaganda, a exemplo do modelo hitlerista. CIA, FBI, Pentágono, Marinha, Serviço Secreto, lobby dos advogados contrataram estrelas, diretores e roteiristas por milhões para provarem como são necessários à humanidade.
Enquanto isso, fica no limbo filmes fundamentais como “O Intendente Sansho”, de Kenji Mizoguchi, ou “O Barba Ruiva”, “Céu e Inferno” e “Cão Danado”, de Akira Kurosawa. A majestade em Luchino Visconti, a erudição em Godard, a grandeza épica em David Lean, a civilização popular em Vittorio de Sica, o mágico realismo em Fellini, tudo ficou para trás. Hoje, arte em cinema é alvo de deboche. Triunfou a nulidade posuda de filmes pomposamente descartáveis e de bilheteria fácil.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
TEMPINHO BOM
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
E A INDIA VENCEU A AMÉRICA
Mas houve justiça na escolha da melhor atriz: Kate Winslet, por sua atuação no ótimo filme "O Leitor". Acompanhei toda a cerimônia ( faço isso, sempre, o que muitos consideram uma perda de tempo) e foi bonito de ver grandes atrizes e atores, no palco, homenageando os mais novatos. Lá estavam Sophia Loren, Shirley MacLaine, Robert DeNiro, Michael Douglas e tantos outros, tecendo rasgados elogios aos atores selecionados.
Sean Penn também foi muito aplaudido, ao receber o Oscar como melhor ator pelo filme "Milk - A Voz da Igualdade" (que nós cá da Ilha também ainda não vimos). Não foi surpresa o Oscar de melhor ator coadjuvante para Heath Ledger, o Coringa do "Batman, O Cavaleiro das Trevas", que morreu no ano passado, e foi representado por sua família. E Penélope Cruz, eufórica, lembrou Almodóvar quando agradecia o Oscar como atriz coadjuvante pelo filme "Vicky Cristina Barcelona", do Woody Allen.
E o casal mais badalado do cinema - Angelina Jolie e Brad Pitt - ficou de fora, mas lá estavam. Ela elegantérrima e ele, como sempre, um charme. E tem demonstrado que é também um bom ator. O bonito filme "O Curioso Caso de Benjamin Button" só ganhou Oscar pelos efeitos técnicos, mas é muito bom, vale ser visto. E a Jolie também ficou de fora: concorria como melhor atriz em "A Troca", também bom.
A nós, moradores de Florianópolis, resta esperar que os donos das redes de cinema coloquem nas suas programações todos os filmes indicados e premiados. Aliás, com o fechamento das tres salas do Beiramar Shopping, ficamos apenas com as salas de cinema dos dois shoppings na Ilha e um no Continente. Nossa "salvação" continua sendo o CIC.
domingo, 22 de fevereiro de 2009
TARDE DE DOMINGO
LAGOA DOS MEUS SONHOS
sábado, 21 de fevereiro de 2009
...É AGARRAR NO BRAÇO E SAIR

CARNAVAL DAQUELE TEMPO
Nos bailes de carnaval, íamos todos fantasiados.
Os bailes eram no sobrado.
Vinha uma orquestra da cidade.
Os blocos saíam na rua com a
orquestra... homens, mulheres, o povo...
Vinha gente de tudo quanto é lugar.
Tinha baile de carnaval na Barra, no Retiro...
Quem sabia dançar, dançava, mas quem não sabia ia
assim mesmo, embrulhado naquele monte de gente,
porque carnaval
não precisa estar parelhado com a mulher, é agarrar no braço e ir
naquele bolo... eu não perdia nada.
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(1) Do livro Vozes da Lagoa - Elaine Borges, em co-autoria com Bebel Orofino.
O relato é do Zé Simão (1918/2003), lembrando os carnavais do início do século XX na Lagoa da Conceição.
Quanta mudança!
domingo, 15 de fevereiro de 2009
O INSTANTE DECISIVO
Domingo, um dos bons programas é ler o Caderno 2 – Cultura, do Estadão, e a Ilustrada, da Folha. Hoje, em especial, li com prazer uma matéria do Luiz Zanin Oricchio sobre o grande fotógrafo do século XX, Henri Cartier-Bresson (1908/2004). Nela comenta o livro lançado pela L&PM do Pierre Assouline – Cartier-Bresson – O Olhar do Século. Assouline é jornalista cultural do Le Monde e, segundo informa Oricchio, mantem um blog literário muito lido na França (http://passouline.blog.lemonde.fr/). E lembra fotos muito conhecidas, como a do alegre menino com duas garrafas de vinho na rua Mouffetard, em Paris, de Sartre, na Pont des Arts, ambas do Cartier-Bresson, “sinônimo de fotografia no século 20 que, contra sua vontade, fundou uma escola e um estilo. A teoria do "instante decisivo", a opção pelo preto-e-branco, a Leica, a recusa ao uso do flash - tudo isso constituiu uma mitologia em torno do homem que elevou a fotografia à condição de arte (teve exposições em Nova York e no Louvre num tempo em que a fotografia era considerada apenas registro técnico)”. Assouline conta que HCB, como é designado na França, não dava importância à técnica, “o preto-e-branco correspondia à sua sensibilidade”. E a câmera Leica, por sua leveza, facilidade no manejo, permitia HCB, discretamente, fotografar o que passava por seus olhos. Segundo Assouline “o importante não é nem o material e nem a técnica. É o olhar”.
É óbvio que já coloquei na minha cestinha de compras o livro do jornalista frances sobre um dos ícones da fotografia mundial. Confesso que uma das grandes emoções da minha vida foi visitar a Fundação Cartier-Bresson, em Paris.
sábado, 14 de fevereiro de 2009
TERMINOU O HORARIO DE VERÃO, UFFF!!
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
O FANTÁSTICO MUNDO DE ELI HEIL
Com seis anos, finalmente sua mãe a convenceu de que, se enterrasse a chupeta no jardim, nasceria uma bela árvore cheia de chupetas.
Essa menininha que não largava o bico, ou chupeta, de jeito nenhum, é a hoje senhora Eli Heil, 80 anos, pintora, escultura, poeta, que, às vezes, desanda a cantar enquanto mostra o seu Museu Mundo Ovo, localizado no Km sete da SC-401, que reúne mais de 2.000 obras. Uma senhora que viaja por um fantástico mundo imaginário e hoje é uma das mais importantes artistas de Santa Catarina.
O relato acima foi parte de seu depoimento que escrevi para o DC, em 1996 (um caderno especial sobre os personagens catarinenses). Naquela época, com 67 anos, Eli estava, como sempre, falante, entusiasmada, relembrando fatos de sua longa vida:
Eu lembro de mim, ainda menina, bem barriguda de tanto comer. Eu era muito gulosa!
A cor é tudo, é a expressão de todo meu sentimento. Cada cor representa o meu sentimento daquele momento... O vermelho tanto é terrível como alegre. Ele vai e volta...
Eu não tenho outra vida. Toda a minha paixão, o meu sofrimento, são minhas pinturas, esculturas, desenhos...
Dizia também que tinha uma mania: dormir com os lábios pintados. E que não suportava ver a filha, Teresa Cristina, “sem um batonzinho nos lábios”.
Pois ontem, Eli recebeu uma grande homenagem: um livro com relatos de sua vida - Óvulos de Eli – a expulsão dos seres de Eli Heil - organizado por Kátia Klock e Vanessa Schultz, com patrocínio da Fundação Franklin Cascaes, prefeitura de Florianópolis e apoio cultural da Unimed. Foi um belo momento realizado na Biblioteca Barca dos Livros, na Lagoa da Conceição.
E Eli Heil lá estava, sorridente, feliz, como uma menina que há muito tempo trocou a chupeta pelos pinceis e iniciado uma longa viagem pelo mundo das cores, do verde, amarelo, vermelho, pelos móbiles, objetos, esculturas... Mundo que nós sempre gostamos de, com ela, entrar e percorrer sua fantástica casa-museu.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
A PONTE, O MAR, O CÉU

SOBRE LIVROS E FILMES
Há dias não ando por aqui. Fechei o Balaio por algumas semanas e fui mergulhar na leitura (pode ser bobagem, mas recolher-me pra ler me tira fora do mundo virtual). Bom, lendo o que? Primeiro: um livro policial que “garrei” a ler e só parei quando percorri as 500 e tantas páginas. Foi também uma leitura de sofrimento físico (tenho artrite nas duas mãos e segurar aquele peso, não foi fácil). Nome do livro: Millennium – primeiro volume de uma trilogia do escritor sueco Stieg Larsson. O azar dele é que, após entregar a seus editores a trilogia Millennium, morreu vítima de ataque cardíaco. Tinha só 54 anos e morreu após subir pela escada os sete andares do prédio onde morava. O coração não aguentou. A má notícia é que Companhia das Letras ainda não tem data marcada pra lançar o segundo volume cá no Brasil (pela Europa faz um imenso sucesso – 6. 5 milhões de exemplares vendidos).
Há outras leituras que ando mergulhada: L’Africain, do J.M.G. Le Glézio (emprestado por minha amiga Lenina); O Animal Agonizante, do Philip Roth, um monólogo inteligente de um homem envelhecido que se apaixona por uma jovem aluna (“ser velho significa também que, apesar e além de ter sido, você continua sendo (...) e a consciência de continuar sendo é tão avassaladora quando a consciência de ter sido”). O roteiro do bom filme Fatal, tem como base O Animal Agonizante. Roth, alias, é um dos melhores escritores norte-americanos. Dele também li (nessa fase de sair do mundo virtual) “Fantasma Sai de Cena”:”Os velhos detestam os jovens? Eles sentem inveja e ódio dos jovens? E por que não”? pergunta o angustiado escritor Natham Zuckerman, personagem da história, um homem doente, que vivia isolada e, ao retornar a Nova York vê sua vida dar uma reviravolta.
Cinema, como sempre, porque a o escurinho do cinema continua insubstituível: “O Curioso Caso de Benjamin Button”, do David Fincher com 13 indicações para o Oscar, inclusive para ator (Brad Pitt) – que também tem como base um conto de F. Scott Fitzgerald, (“Seis Contos da Era do Jazz e outras histórias); “Austrália”, belas imagens, mas com a chata Nicole Kidman: “O Leitor” com a ótima Kate Winslet, de Stephen Daldry (mesmo diretor do As Horas), com cinco indicações para Oscar, um de melhor atriz (se ganhar é mais que merecido): A Troca, com Angelina Jolie, também concorrendo ao Oscar de melhor atriz (torço pela Winslet).
Justifiquei minha ausência por me afastar do Balaio de Siri?
A sábia Baby, minha aliada de sempre, também ficou muito na dela. Só comentou comigo o comentário do Lula, ao dizer em entrevista a revista Piaui, que ler jornais lhe causava azia. E hoje, exaltado, disse não dever à imprensa sua eleição. Ora, ora, pensou minha esperta gatinha, lembrando que sempre viu sua amiguinha de duas patas (eu) lendo montes de matérias onde o hoje presidente era a figura central. Então, era outro Lula? Provavelmente, sim, concluiu, mexendo seus longos fios brancos que ladeiam sua delicada boquinha.