O texto é do blog do Nei Duclos. Pra quem gosta de cinema, vá lá. Há ainda outro sobre o filme do Visconti - Ludwig, também ótimo.
Se o cinema de autor começa a dar sinais de vida, ele chega sem a radicalidade que o definia. Passou a fase de obras-primas insuperáveis, que entrou em descenso a partir do aperto sobre a Sétima Arte, indústria estratégica por excelência. Todos tiveram chances de produzir seus filmes de propaganda, a exemplo do modelo hitlerista. CIA, FBI, Pentágono, Marinha, Serviço Secreto, lobby dos advogados contrataram estrelas, diretores e roteiristas por milhões para provarem como são necessários à humanidade.
Enquanto isso, fica no limbo filmes fundamentais como “O Intendente Sansho”, de Kenji Mizoguchi, ou “O Barba Ruiva”, “Céu e Inferno” e “Cão Danado”, de Akira Kurosawa. A majestade em Luchino Visconti, a erudição em Godard, a grandeza épica em David Lean, a civilização popular em Vittorio de Sica, o mágico realismo em Fellini, tudo ficou para trás. Hoje, arte em cinema é alvo de deboche. Triunfou a nulidade posuda de filmes pomposamente descartáveis e de bilheteria fácil.
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