quarta-feira, 24 de março de 2010

FLORIANÓPOLIS, A SEMPRE AMADA


fotos: elaine borges

As declarações de amor à Florianópolis continuam. Tendo recebido várias manifestações de carinho por essa cidade tão maravilhosa, volto ao assunto. Duas amigas mandaram comentários. Outros (as) enviaram os textos deste blog para amigos distantes que também são encantados por nossa Ilha. E relendo o livro "Ilha de Santa Catarina - Relatos de Viajantes Estrangeiros Nos Séculos XVIII e XIX (edição da Assembléia Legislativa de SC/1979)" transcrevo outros trechos destes relatos. Passados mais de dois séculos desde que os viajantes por aqui passaram, a paisagem mudou, mas a Ilha - apesar dos maltratos - ainda é mágica. Até quando?

CASAS SIMPLES E ELEGANTES

(*) A maior parte dos habitantes da Ilha de Santa Catarina, e mesmo os da terra firme, dedicam-se à pesca: a baía fica às vezes coberta de suas rudes pirogas, manobradas cada uma por dois homens. Os peixes são tão abundantes, sobretudo uma espécie de peixe seco que eles chamam de "alvacore", que transborda em suas embarcações. Estes peixes servem como alimento à população e costumam dissecá-los sobre grades em volta de suas cabanas para a exportação em barcos de cabotagem. O interior das casas, sob o telhado, está quase sempre guarnecido de centenas destes peixes secos ao sol, e o odor que exala daí não é nada agradável para um europeu...

As casas vão até dois andares; a maior parte não tem mais que um, e existem muitas ao mesmo nível. Elas são construídas de pedra; o granito que compõe a soleira e o arco de abóbada das portas, empresta-lhes um certo luxo. Estão separadas com tabique e assoalhadas com planchas de madeira da região; seu interior é simples, asseado e elegante, mas sem luxo. As ruas são geralmente retas e sem calçadas. Não existe mais que uma praça, bastante grande, chamada "Santa Catarina"....Está também situado nesta praça o mercado, que funciona uma vez por semana, aos domingos.

(*) René Primevère Lesson foi o naturalista e participou da expedição comandada por Duperrey que navegou no "Coquille". Aportou em Santa Catarina em 16 de outubro de 1822 e aqui permaneceu 14 dias.

VISÃO EXTASIANTE

(*) De qualquer lado onde se ponham os pés na Ilha de Santa Catarina, descobrem-se sempre novas ocasiões para se extasiar ante a visão de inesgotável fecundidade da natureza. As florestas impenetráveis que cobrem as montanhas se prolongam por toda parte onde o cultivo não põe fim a seus progressos, conservando os vegetais cujas espécies são tão variadas como notáveis, por tratamentos que caracterizam suas diferenças.

Entre os pássaros, um dos mais belos desta região é a arara azul, cuja parte sob o corpo é de um amarelo puro ouro. Estes soberbos pássaros, assim como todos aqueles da espécie a que pertencem, não voam em grupos como os papagaios; estão quase sempre em casais e vê-se raramente seis ou oito juntos. Eles se agitam e gritam assim que eles percebem alguém. Situam-se de preferência sobre as grandes árvores, escolhendo os galhos mais altos para se empoleirar, sem contudo alcançarem o cimo destas árvores. Os frutos das palmeiras e das árvores selvagens das florestas constituem sua alimentação.

(*) Louis Choris, desenhista, participou da expedição do russo Kotebue ao redor do mundo, a qual chegou a Santa Catarina em 1815, tendo publicado, quatro anos mais tarde, o "Voyage pitoresque autour du monde" com outros companheiros de viagem.

ALEGRIAS E PREOCUPAÇÕES

Minha história é muito semelhante à de Elaine, autora do texto que transcrevo. Ela, admirável jornalista que é, tem muito melhor trato que eu, com as letrinhas e palavras. Elaine atravessou a ponte Hercílio Luz pela primeira vez em 1971. Eu em 1966. Decidi: aqui quero estudar, aqui quero viver e trabalhar. Para cá vim em 1968, e já se completaram 42 anos. As origens são diferentes: Elaine deixa a capital gaúcha, na época expoente econômico e cultural da região sul e eu Rio do Sul, modesta cidadezinha do interior catarinense. As alegrias e as preocupações de Elaine são minhas, e acredito de todos que amam esta cidade que completa seus 284 anos. Apesar e acima de tudo: eu também te amo Florianópolis! Parabéns! (Hella - professora aposentada).

Nossa cidade me parece está muito próxima do caos. Em geral as pessoas querem morar aqui, mas não desejam se envolver com suas questões, principalmente as classes política e de dirigentes.(Anônima).

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