terça-feira, 4 de agosto de 2009

À ESPERA DO BOM TEMPO


fotos: elaine borges

Temos – a Baby e eu - mantido uma convivência harmoniosa nas últimas semanas. Talvez devido a essa convivência mais intensa, a minha amiguinha de quatro patas às vezes se excede nas manifestações de carinho: ronrona alto, pressiona as patinhas no meu corpo e, quase sempre, exige – dando um leve toque com sua pata na minha mão - que eu faça um suave carinho na sua cabecinha. Mas há excessos, uma sutil manifestação de posse. Nem sempre o fato de me ver por aqui, teclando, de costas para ela, o agrada. Nesse momento, ela pula nas minhas pernas e quase que me obriga a voltar a sentar na poltrona, olhar a televisão, ou ler. Então, volta a se enroscar no seu cantinho no sofá. Há outras manifestações que me intrigam: ela me cerca, mia baixinho, se aproxima, me rodeia, como um cão apascentando o gado. E só se aquieta quando volto a sentar na poltrona.
Nos últimos dois dias ela achou outro cantinho pra ficar mais perto de mim: o meu toca-discos (sim, já disse, ainda curto meus vinis). É claro que, como sabem, cá em casa quem manda é ela, ontem não consegui ouvir minhas músicas prediletas (comprei, lá na Praça XV, o LP “Time Further Out – Miro Reflections – do genial The Dave Brubeck Quartet”). Eu apenas temi que ela quebrasse a tampa do toca-discos: a Baby é enorme, pesa quase cinco quilos...
Na sua vidinha diária, há o momento da janela: lá ela fica olhando o mundo do décimo andar. Ontem também curtiu meu “jardim de inverno” (meus vasos de lavanda e de tulipa) dando mais vida ao meu tranqüilo recanto onde, nos últimos dias, tenho permanecido, fugindo do frio, do vento e da chuva. E em silenciosos diálogos com a Baby. Ela também tem me dito que está esperando temperaturas mais elevadas pois é muito friorenta. Embora saiba que, com bom tempo, pernas pra que te quero...

Um comentário:

  1. Teu jardim de inverno está muito bonito, e a Baby continua sendo minha atriz predileta.

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