sábado, 16 de maio de 2009

LEITURAS PARA UM DIA AZUL

Foto: elaine borges

Mario Quintana - do livro "A Vaca e o Hipogrifo"(Ed. Garatuja):

Compensação

E quando o trem passa por esses ranchinhos à beira da estrada, a gente pensa que é ali que mora a felicidade.

Anotação Para Um Poema

As mãos que dizem adeus são pássaros
Que vão morrendo lentamente
.

Uns e Outros

Esses cachorros de rua, que nós aqui chamamos guaipecas e cujo pedigree é do mais puro pot-pourri, capaz de enlouquecer qualquer genealogista canino – vocês já repararam como são alegres, espertos, afetuosos? Só os de pura raça são graves e creio que tristes como os faraós egípcios, os chefes incaicos, os príncipes astecas.

Vida Social

O gato é o único que sabe manter-se com indiferença num salão.
As outras indiferenças são afetadas.

Verbetes

Infância – A vida em tecnicolor.
Velhice – A vida em preto e branco.

Poema

Oh! Aquele menininho que dizia
“Fessora, eu posso ir lá fora?”
Mas apenas ficava um momento
Bebendo o vento azul...
Agora não preciso pedir licença a ninguém
Mesmo porque não existe paisagem lá fora:
somente cimento.
O vento não mais me fareja a face como um cão amigo...
Mas o azul irreversível persiste em meus olhos.

3 comentários:

  1. é sempre bom visitar este cantinho azul... bom dia!

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  2. Bom dia, Clarisse. E cá na Ilha os dias continuam azuis.

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  3. Ler Mario Quintana é ter chance de se reinventar! Obrigada pela dica literária!

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