domingo, 24 de maio de 2009

ROMARIA DA COLETA


Fotos: elaine borges
Do tambor saia um som – bum, bum, bum – com breves interrupções. Um pequeno grupo com espécies de palas vermelhos sobre os ombros caminhavam rumo às casas. À frente, um deles levava a bandeira do Divino. O grupo com a bandeira, ao serem recebidos pelos donos das casas, coletava pequenas quantidades em dinheiro. Era a contribuição para a Festa do Divino, sempre realizada após a Páscoa, nos meses de maio, junho ou julho. Em retribuição, eles ganhavam pequenos pedaços das fitas que ornam a bandeira, guardadas com muita fé pelos fiéis. Antes, a romaria da coleta que precede a grande Festa do Divino, era composta por um grande grupo e os músicos tocavam rebeca, violão, tambor surdo (que permanece), gaita e até cavaquinho. Atualmente, são poucas as comunidades que mantem essa tradição. Em Florianópolis, há grupos ainda em Santo Antonio de Lisboa, Campeche e Ribeirão da Ilha. E o que vi nesta tarde na Lagoa da Conceição foi um grupo de resistentes moradores tentando manter uma tradição trazida dos Açores que, aos poucos, vai desaparecendo.

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