Foto: elaine borges
PARECIA UM SONHO
PARECIA UM SONHO
Nossa, quando vi parecia que eu estava sonhando!
Depois da primeira emoção vim várias vezes ver
o sol se esconder, ver o mar, a ponte e todo aquele
brilho refletido na água. Há doze anos, quando
venho trabalhar, vejo o mar, a ponte, o pôr-do-sol...
Antes eu só tinha visto o mar pela televisão.
Depois que vi a ponte Hercílio Luz pela primeira vez,
gostava de passar a pé sobre ela várias vezes.
Andava pra lá e pra cá. Essa imagem sempre foi pra
mim muito forte...
Depois da primeira emoção vim várias vezes ver
o sol se esconder, ver o mar, a ponte e todo aquele
brilho refletido na água. Há doze anos, quando
venho trabalhar, vejo o mar, a ponte, o pôr-do-sol...
Antes eu só tinha visto o mar pela televisão.
Depois que vi a ponte Hercílio Luz pela primeira vez,
gostava de passar a pé sobre ela várias vezes.
Andava pra lá e pra cá. Essa imagem sempre foi pra
mim muito forte...
Leomar Rohling tinha 18 anos quando viu o mar e a ponte Hercílio Luz pela primeira vez. Em 2002, já com 30 anos, trabalhava como garçom em um restaurante bem próximo à ponte.
UMA OBRA DE DEUS
Eu chorava tanto, tanto que meu pai, segurando minha mão, dizia:calma filha, tu não vai cair...Eu tinha onze anos e muito medo de atravessar a ponte.Lá embaixo eu via o mar, entre as tábuas, e o medo aumentava.Quando completei 21 anos nasceu meu filho, Ademir.Ele tinha dois meses e eu ia no posto de saúdebuscar leite em pó. Segurava bem ele nos meus braços e lá ia eu. Mais tarde nasceu minha filha, Arlete.De novo tinha que atravessar a ponte. Sempre com medo. A última vez que passei a pé foi para ir ao circo. Aí foi pura farra.
Passamos fazendo bagunça, eu e umas amigas. Lembro que lá na ponta ainda paramos e ficamos olhando toda aquela estrutura de ferro. Mas meu sonho era
atravessar de bicicleta. Nunca consegui. Acho que seria bem gostoso.
A ponte é pra mim uma obra de Deus, uma guia, é a vida sendo renovada.
Passamos fazendo bagunça, eu e umas amigas. Lembro que lá na ponta ainda paramos e ficamos olhando toda aquela estrutura de ferro. Mas meu sonho era
atravessar de bicicleta. Nunca consegui. Acho que seria bem gostoso.
A ponte é pra mim uma obra de Deus, uma guia, é a vida sendo renovada.
Martinha Luiza de Farias é manipuladora de pescados e quando deu esse depoimento fazia 24 anos que trabalhava bem ali, pertinho da ponte, no lado continental. E dizia que, antes de voltar para casa, gostava de ficar contemplando a ponte: “Me acostumei com ela, gosto de olhar”.
Entrevistei Leomar e Martinha para o livro Hercílio Luz – Uma Ponte (Tempo Editorial) publicado em dezembro de 2002.
A Ponte Hercílio Luz hoje está fazendo 83 anos. Foi inaugurada em 13 de maio de 1926. Sua estrutura de aço foi trazida dos Estados Unidos. Tem 819 metros de comprimento, as duas torres medem 75 metros e o vão central 43 metros a partir do nível do mar. Fechada em 1982, há alguns anos está em reforma.
Na metade da década de 50, atravessávamos esta saudosa e bela ponte pedalando nossas bicicletas. Nesta época, as praias de Coqueiros estavam na moda. Faz 27 anos que esta velha companheira continua na UTI, submetendo-se a uma eterna, incerta e angustiante reforma. Seus eternos admiradores aguardam ansiosos ações concretas por parte de nossos "competentes" governantes, antes que ela nos abandone para sempre.
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