segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A BELA MIMO-DE-VÊNUS

 
Hibisco ( foto: elaine borges)

Suave e delicada, a flor de Hibisco é também conhecida como Mimo-de-Vênus.  Esta aí estava sobre a grama, mas ainda ostentava sua beleza.  

TÔ VOLTANDO

 
 
 
 
Praia dos Açores - sul da Ilha ( fotos: elaine borges)

Domingo com uma chuvinha fina...Bem bom pra percorrer as rotas rumo ao sul da Ilha. Pouca gente nas estradas, mas o tempo e a falta de sol não impediram que algumas pessoas curtissem as águas geladas do mar nos Açores, um bonito recanto de Florianópolis, ao lado do Pântano do Sul. Fui lá com duas amigas e experimentei a minha querida Nikon que há meses estava na gaveta, sem uso.E ela, a câmera, quando acionei o obturador, correspondeu às minhas expectativas  Aí estão as fotos de uma bela tarde de domingo em que recomeço a olhar o mundo também através das lentes da Nikon.

sábado, 21 de setembro de 2013

O PASSARINHO E O MENINO-ÁRVORE

 
 
 
Pombinha rola, beija flor, árvores... ( fotos: elaine borges)

PASSARINHOS E AS ÁRVORES

Manoel de Barros 

Um passarinho pediu a meu irmão para ser sua árvore.

Meu irmão aceitou de ser a árvore daquele passarinho.

No estágio de ser essa árvore, meu irmão aprendeu de

sol, de céu e de lua mais do que na escola.

No estágio de ser árvore meu irmão aprendeu para santo

mais do que os padres lhes ensinavam no internato.

Aprendeu com a natureza o perfume de Deus

seu olho no estágio de ser árvore aprendeu melhor o azul

E descobriu que uma casa vazia de cigarra esquecida

no tronco das árvores só serve pra poesia.

No estágio de ser árvore meu irmão descobriu que as árvores são vaidosas.

Que justamente aquela árvore na qual meu irmão se transformara,

envaidecia-se quando era nomeada para o entardecer dos pássaros

e tinha ciúmes da brancura que os lírios deixavam nos brejos.

Meu irmão agradecia a Deus aquela permanência em árvore

porque fez amizade com muitas borboletas.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

AS CORES E OS POETAS

 
 
 
As cores do céu  ( fotos: elaine borges)

A Casa das palavras (1)

Na casa das palavras, sonhou Helena Villagra, chegavam os poetas. As palavras, guardadas em velhos frascos de cristal, esperavam pelos poetas e se ofereciam, loucas de vontade de ser escolhidas: elas rogavam aos poetas que as olhasse, as cheirassem, as tocassem, as provassem. Os poetas abriam os frascos, provavam palavras com os dedos e então lambiam os lábios ou fechavam a cara. Os poetas andavam em busca de palavras que não conheciam, e também buscavam palavras que conheciam e tinham perdido.
Na casa das palavras havia uma mesa das cores. Em grandes travessas as cores eram oferecidas e cada poeta se servia da cor que estava precisando; amarelo-limão ou amarelo-sol, azul do mar ou de fumaça, vermelho-lacre, vermelho-sangue, vermelho-vinho...


(1)    Eduardo Galeano  - O Livro dos Abraços – LPM Editora.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

REFLEXÕES SOBRE A FRAGILIDADE DO CORPO

... e o Ipê na Lagoa floriu (foto: elaine borges)
Aos poucos, levanto meu corpo , seguro na borda da cama, e dou pequenos passos em direção ao banheiro. Olho meu rosto no espelho, levanto os braços, percebo que meus dedos das mãos estão bem mais finos, minhas pernas, mais frágeis. Caminho devagar. Subo as escadas segurando o corrimão. Na rua, me perguntam: '' aquela é sua filha? " É minha irmã. A doença, quando chega e custa a ir embora, causa mudança profundas no corpo. E, dependendo do tempo em que atinge seu físico, a fragilidade aumenta. Mas então vem a surpresa, a boa surpresa: a mente, o raciocínio, não são afetados pela dor que às vezes é quase insuportável. Há, sim, uma certa lerdeza. Ler continua sendo um grande prazer, mas as letrinhas, se forem miúdas, exigem mais paciência na leitura. Dependendo  do livro ou da revista, por enquanto alguns estão na pilha que todos que gostam de ler, costumam ter. Uma delas é a revista Piauí. Seus textos enormes, com letras miudinhas, exigem de mim muito esforço. Nada de livros com temas tristes, trágicos... Estes também estão na pilha que ultimamente está cada vez maior. Entre as alegrias, nos dois últimos dias um livrinho que passaria despercebido na banca, não fosse a amiga Gise me emprestar exatamente no momento em que eu estava meio down. O autor:  John Kennedy Toole. O livrinho: Uma Confraria de tolos. Já nos primeiros parágrafos, comecei a rir. A Gise já tinha avisado :"é hilário!" E é mesmo. Quando lançado, o The New York Times disse ser de uma "inventividade surpreendente". Naquele ano, 1981, ganhou o Prêmio Pulitzer.
Há mais para escrever sobre tão saborosa leitura. Mas cansei. Essa é a primeira vez que retorno ao blog. E ontem também fotografei o belo Ipê que floresceu cá no jardim da casa da Virgínia. Um bom recomeço, espero. Enquanto isso, vou tentando reforçar os músculos ( ainda tenho?), superar as dores, ficar mais firme, equilibrada, para continuar a curtir a vida que a mim me foi dada e que sempre agradeço.  

segunda-feira, 29 de julho de 2013

LAGOA DA CONCEIÇÃO - AS CORES DO INVERNO

 
 
 
 
Lagoa da Conceição ( fotos: elaine borges)

Passado o intenso frio - e o lindo espetáculo da neve no Cambirela - o inverno é também uma estação onde os tons dos cinzas, o brilho nas águas da lagoa, a tranquilidade dos pescadores tecendo suas redes, crianças brincando...cenas que exigem um clic  para tentar eternizar tão belos momentos. E esta manhã de segunda, com média de 20 graus, estava  deslumbrante.

terça-feira, 23 de julho de 2013

ATRÁS DA PONTE, A NEVE

 
 
 
 
 
Neve atrás da ponte (fotos: elaine borges)

Da janela do apartamento, vi essas belíssimas paisagens: atrás da ponte Hercílio Luz, lá no topo do morro do Cambirela, havia tufos de neve. Que bonito de ver. Eram quase meio-dia de uma ensolarada manhã de terça-feira com muito frio. Em mais de 60 cidades de Santa Catarina o frio foi muito intenso, com ocorrência de neve e termômetros marcando temperaturas abaixo de zero em várias regiões.   

domingo, 30 de junho de 2013

A LAGOA EM DOIS MOMENTOS

 
 
Lagoa da Conceição (fotos: elaine borges)

Enquanto acontecem incontáveis manifestações Brasil afora, o momento é também de observar e torcer para que os gritos das ruas não resultem numa grande frustração. As comportas foram abertas. O momento exige cautela. É preciso observar com atenção e evitar que, ao invés de um passo a frente rumo ao aperfeiçoamento da democracia, haja um recuo e aquilo que nós, brasileiros, conquistamos com tanto sacrifício ( muitos pagaram com suas vidas) resulte em recuo, retrocesso. As manifestações prosseguem e o mundo político corre para ocupar espaços perdidos. E cá do meu canto, continuo registrando o que está ao meu redor, sem deixar de torcer para que nossos sonhos se tornem realidade. Como li em um cartaz que dois senhores levavam em uma das manifestações no Rio, "os jovens de 68 apóiam os jovens de 2013".  

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O DIA SEGUINTE

 
Ponte Hercílio Luz ( foto: elaine borges)

Primeiro dia de inverno. Mas o dia amanheceu como se fosse primavera. Não a primavera de Praga, mas aquela em todos acordaram com a mente quieta e o coração tranquilo (d"aprés  Walter Franco). Após dias de agito, de manifestações, de gritos em que todos externavam sua indignação com um país cujos mandantes estão voltados apenas para seus interesses, governando de costas para o povo, é o momento de reunir mais força. E o  friozinho deste inverno que se inicia ( 15 graus) pede recolhimento. 

FAZENDO HISTÓRIA

 
 
 
Manifestação em Florianópolis ( fotos: elaine borges)

Da minha janela, vi , com muita emoção, um momento histórico: a manifestação de milhares de pessoas em Florianópolis ( 20 mil, segundo a PM) se unindo às multidões de brasileiros que, nos últimos dias, têm gritado BASTA!!! Um basta que não mais poderá ser ignorados por todos os governantes de nosso país que acreditavam que ações paliativas seriam suficientes para contentar o povo e mantê-los passivos e conformados. A primeira conquista veio ontem: a diminuição das tarifas dos transportes coletivos em várias cidades. Essa foi a principal bandeira levantada pelo Movimento Passe Livre e que levou o povo às ruas. Mas não parou aí e - espero - não vai parar. Os cartazes mostrados nas manifestações não deixam dúvidas. Há muito mais: educação de qualidade,  mais verbas para a saúde, salários dignos para os professores... E não adianta apenas baixar o preço das passagens de ônibus e acreditar que todos recolherão suas bandeiras. Há, por exemplo, a questão da qualidade dos transportes públicos. Como disse a cientista política da Ebape-FGV Sonia Fleury numa entrevista a Globo News:  "Será que a qualidade do serviço vai melhorar? Os vinte centavos são só a ponta do enorme iceberg dessas questões de atendimento às demandas cidadãs". O que vimos nos últimos dias foi só o começo. Os brasileiros estão fazendo história. E nós, cá de Florianóplis, estamos mostrando que, se um dia gritamos "Fora Figueiredo" hoje também gritamos: BASTA! E fomos pras ruas.