sexta-feira, 30 de março de 2012

OUTONO NA LAGOA

 
Lagoa da Conceição (foto: elaine borges)
Com o outono, voltou a calmaria na Lagoa da Conceição.

quinta-feira, 29 de março de 2012

AS LUZES DA PONTE

 
Ponte Hercílio Luz (foto: elaine borges)

Fazia tempo que a Ponte Hercílio Luz não ficava totalmente iluminada como vi ontem à noite. Aí, lendo os jornais, descobri que devo agradecer ver nossa ponte tão bonita à dupla sertaneja Victor & Leo. Foram eles que solicitaram que todas as lâmpadas fossem acesas para o show que apresentam e continuam cantando (do meu apto ouço suas vozes) na Avenida Beira Mar Continental. O show - que está sendo gravado para lançamento do CD/DVD da dupla -  ainda é em comemoração aos 286 anos de Florianópolis. A dupla vai embolsar R$ 380 mil. E quem fez o gentil convite aos cantores? A prefeitura municipal. E quem pagará? Nós.   

quarta-feira, 28 de março de 2012

ROSA, AZUL, VERMELHO...






Árvore rosa, folhas, buganville...(fotos: elaine borges)

Passeando pela Lagoa da Conceição, vi esta árvore cheia de flores cor de rosa, mais adiante, algumas folhas verdes, o céu azul enfeitado por nuvens, o vermelho do bonito buganville...

sexta-feira, 23 de março de 2012

FLORIANÓPOLIS - SAUDADE DA TRANQUILIDADE

 
Praça XV - Vento Sul ( foto: elaine borges - arquivo)

Quantas Florianópolis há na memória de cada um que aqui nasceu, que escolheu a cidade para morar ou que aqui passou bons momentos de suas vidas? Há a Florianópolis de quem nasceu “na metade do século passado” e tem em sua memória imagens de um tempo em que na Ilha se vivia “na tranquilidade absoluta”. Tempo em que “podia-se atravessar as ruas do centro lendo um jornal. Os carros eram objeto de muito luxo”. Os ônibus trafegavam devagar e, dependendo da amizade que se estabelecia com o motorista, o passageiro era deixado na porta de sua casa (não havia quase prédios de apartamentos). “Seu” Lira era um dos motoristas mais gentis.
Ah, os namoros, o “footing” na calçada do Palácio do Governo, na Praça XV, quando, nas tardes de domingo, “os moços ficavam observando as moças que, de braços dados, andavam de uma esquina à outra”. Outros pontos de namoros, de encontros fortuitos: a pracinha da Praia de Fora, a rua Bocaiuva, em frente ao Bar do Katsipis. Naquela região, a paquera era com os estudantes internos do Colégio Catarinense.
Havia também as “tardes dançantes” e, aos sábados, cinema ao ar livre. As “tardes dançantes” aconteciam nas casas dos amigos. Moças e rapazes se reuniam para ouvir e dançar ao som dos discos de vinil dos ídolos mais amados da época: Elvis Presley e o “Blue Suede Shoes”, “Heartbreak Hotel”, ou Bill Haley e seus Cometas com o “Rock Around the Clock”... "Rock and Roll era o nosso ritmo." Nos sábados, a Produtora Carreirão erguia telas nas pracinhas e “nos divertíamos vendo filmes diversos”. Namorava-se também nas matinés dos cines Ritz e São José. Na saída do cinema, era hora de saborear as vitaminas de frutas, ou sorvetes, nas lanchonetes da rua Felipe Schmidt.  Antes das 18 horas, hora de voltar pra casa.
Época também dos grandes carnavais, dos blocos de sujos, dos carros alegóricos. Tudo ao redor da Praça XV.  “O grande momento era o encontro dos blocos dos clubes Lira e XII, ao amanhecer da quarta-feira de cinzas. Era uma maravilha, dançávamos em frente à Catedral e, apesar dos protestos dos padres, o carnaval continuava."
Pode parecer estranho hoje, mas “dava-se as costas ao mar”. As casas eram construídas de frente para as ruas e, atrás, nos portões dos quintais, estava o mar à disposição das crianças, dos pescadores... “Pais e filhos divertiam-se pescando, colhendo ostras no trapiche, empurrando siris para a areia com uma palha de coqueiro ou, simplesmente, passeando na beira da praia, onde hoje é a Avenida Beira Mar Norte”.
E hoje, para quem curtiu o auge de sua juventude naquele tempo, vê a Ilha perdendo sua magia. Inevitável não citar o caos no trânsito, as praias poluídas (cadê os siris que eram tirados do mar apenas com folhas de coqueiros, ou as ostras raspadas nas pedras?), os assaltos, a violência. Lembrar a falta de saneamento básico, a ocupação desordenada dos espaços... Impossível não sentir saudade da “tranquilidade absoluta” daquele tempo. Quem nasceu ("na metade do século passado"), viveu o auge da juventude nas décadas de 50 e 60, tem a exata noção de quanto Florianópolis mudou. E reclama: “venderam minha Ilha”!

A FLORIANÓPOLIS DA MINHA VIDA

 
Praia da Joaquina ( foto: elaine borges - arquivo)

E quem escolheu Florianópolis para viver e cá está há mais de 40 anos? Mario Medaglia, jornalista, veio de Porto Alegre para trabalhar no Jornal de Santa Catarina, em Blumenau, quando, em 1972, decidiu conhecer Florianópolis. Pronto, daqui não mais saiu. A Ilha é assim: quem a conhece, jamais a esquece. E, se decide morar em Florianópolis para viver, não volta mais. É a terrinha dos sonhos de todo mundo (e não é exagero dizer “mundo”).

Relembra Mario: “O colega da sucursal do JSC, Airton Kaniz, e o jornalista Adolfo Ziguelli, da rádio Diário da Manhã, eram os meus anfitriões. Voltei para Blumenau só para pedir demissão e arrumar as malas. Em seguida estava engajado no processo de transformação para offset do jornal O Estado, saindo da sede na esquina da Conselheiro Mafra com a Padre Roma. Uma semana depois mudamos para os altos da Felipe Schmitt”. Arredondando as contas “dá uns 40 anos de Santa Catarina, onde, com muito orgulho, construí toda a minha vida profissional, ajudei um pouco na elaboração da história da imprensa catarinense. E aqui moram minha única filha e minha neta manezinha de São José”.

Inevitável não lembrar as mudanças que a cidade sofreu: “Nesse tempo, Florianópolis cresceu desordenadamente (sua maior tragédia), algumas de suas melhores praias estão poluídas, e a mobilidade urbana, termo da moda,  nos faz pensar duas vezes antes de sair de casa. Estamos diante do inevitável quando as administrações públicas não fazem o dever de casa, especialmente na cidade que tem no turismo seu maior potencial econômico. A especulação imobiliária e as gestões paroquiais fizeram estragos irreparáveis. E continuam fazendo”.

E como todos que aqui vieram quando a Ilha ainda era um paraíso, bate o momento da saudade: “Talvez por isso, volta e meia me pego lembrando da Felipe das lajotas, do Senadinho, das fofocas do futebol, do pastel do japonês, das travessias balouçantes na Hercílio Luz, do caminho para as praias comendo poeira, dos verões na bucólica Canasvieiras,  dos botecos, do bar do Hugo na Beira Mar, do Lugar Comum e do Nino, sumidouros do nosso salário que nunca foi lá essas coisas, e dos grandes trabalhos em O Estado. Bate a melancolia ao descer o morro na SC-401 e passar pelo prédio agora loja de móveis”.

“Foi assim que fiz desta Florianópolis, já com 286 anos, a minha cidade. É aqui que eu vivo, daqui não saio, daqui ninguém me tirou, a não ser por curtos espaços de tempo. Apesar de ainda ter que ouvir a velha acusação feita aos nascidos do lado de lá do Mampituba. Não dou bola, já me acostumei, só fico um pouco triste por, às vezes, ainda ser considerado um “forasteiro”, mesmo com tanto tempo de "casa”.

FLORIANÓPOLIS - SILENCIOSA LIÇÃO DE BELEZA

 
Ribeirão da Ilha (foto: elaine borges - arquivo)

Ver a Ilha de Santa Catarina de outro jeito, observando a paisagem, as flores, as casas antigas, o mar, as cores...Clarmi Regis, escritora, professora de portugues, veio de Joaçaba e aqui mora desde a década de 60. Para ela, Florianópolis é assim, oferecendo todos os dias "essa silenciosa lição de beleza": 

A vegetação que explode exuberante nas cercas, muros e jardins das casas antigas, nos canteiros que separam as vias públicas, nas praças mal ou bem cuidadas dessa amada Desterro continua a despertar em mim espanto e emoção. 
A cobertura verde que ainda perdura nos morros, salpicada de manchas róseas, violetas, brancas e amarelas parece saltar das telas dos pintores impressionistas. A delicadeza das paineiras salpica o chão de flores cor-de-rosa para, semanas após, presentear o passante com chuvas de plumas carregadas pelo vento.
Nos pomares que ainda persistem no interior da Ilha, pitangueiras e goiabeiras convivem com vergamoteiras (as mexericas) e laranjeiras – onde canta o sabiá – e com robustos pés de louro – tempero indispensável e mensageiro da fortuna.
Em qualquer espaço escondido, nas rachaduras das casas antigas ou lugares esquecidos das modernas construções, entre as pedras do calçamento ou fendas do asfalto, arrebentam, aqui e ali, ásperas samambaias, tímidas avencas e as multicoloridas marias-sem-vergonha.
Essa silenciosa lição de beleza e permanência é o presente maior que nossa Ilha-Magia oferece todos os dias àqueles que fazem dela sua terra-mãe.






DOCES E BELAS LEMBRANÇAS

 
Lagoa da Conceição (foto:elaine boges - arquivo) 

E quem aqui morou e retornou à sua terra natal? O que pensa de Florianópolis? Que lembranças levou consigo? Marise fetter, jornalista, trabalhou no JSC, na RBS, foi para Brasília e voltou para Porto Alegre, onde mora e, entre outras atividades, dedica-se a ajudar a cuidar dos nossos amiguinhos de quatro patas. Em curtas frases, escreveu:
 Parabéns aos 286 anos! Que esta Ilha Mágica tenha longa vida e que consiga escapar da ganância humana pra continuar eternamente no nosso coração!
 Eu faço um pouco parte desta história de 286 anos. Cheguei até a conhecer algumas praias "virgens"! Falar de Florianópolis é falar de doces e belas lembranças.
 Parabéns Floripa querida!
 Floripa, a gauchada te adora!!!!!! 

quarta-feira, 21 de março de 2012

CENAS DE UM PASSADO DISTANTE

 
 
 
Av. Beira Mar, rendeira, mulher na praia do Santinho (fotos: elaine borges)

São tres imagens em PB que reproduzo aqui. As freiras passeiam na ainda incabada Avenida Beira Mar Norte; a rendeira, ao lado do filho, manuseia os bilros na Lagoa da Conceição; e, na praia do Santinho, a velha senhora carrega uma cumbuca para recolher água.  Cenas como estas hoje fazem parte do passado. São do meu baú de fotos em PB que, aos poucos, e com um confessado resquício de saudades (sem saudosismo, hoje os tempos são outros) vou abrindo. 

FLORIANÓPOLIS - QUANTA BELEZA !

 
Sambaqui (foto arquivo: elaine borges)

Poesia de Floripa
 
 Isadora Muniz (*)

Comer camarão
Na mais bela das estação
“Morena dai-me um beijo
que eu te dou meu coração”
Vamo sentar embaixo da figueira
Naqueles banco de madeira,
Não tem?
Olhó lhó, a rendeira!
Sentir o cheiro do mar
Deixa ele nos abençoar
Deixa a brisa nos guiar,
Vem morena,
vem me amar
Sabes a rede?
A de pesca e a de deitar
Uma fica na parede
Outra lá no mar
Tenho as duas lá no cais,
Morena, que queres mais?
Nossa ilha tem suas fraqueza
Porque a ela fizeram malvadeza
Mas olha quanta beleza
Visse? Pra que tristeza?

(*) Usei linguagem informal pra ficar mais a cara da Ilha da Magia. Foi o melhor que eu consegui fazer, mas foi do meu coração pra nossa cidade.

 (Isadora é minha sobrinha, tem 17 anos, e já maneja bem as letrinhas).

terça-feira, 20 de março de 2012

CONVITE À LEITURA


Jardim de Outono (foto: elaine borges)

Madrugada de terça, 20 de março, entramos no outono. E outono pede silêncio, contemplação, quietude. Outono tem a ver com leitura, de preferência em lugares onde o sol ilumina as páginas do livro sem machucar seus olhos. Outono exige também uma leve mudança no exercício de olhar. Há as folhas das árvores que se espalham pelo chão. Há aquela suave luz refletindo na água e duplicando a imagem do barco que vejo lá longe... Outono pede uma taça de vinho, pede uma trufa com alguns goles de café. É nessa época que recomeçamos a ir ao cinema, um prazer eterno que sofre um breve intervalo no verão (trânsito, filas, turistas, impossível pensar em outra coisa a não ser ficar recolhida em casa). É no outono que intensifico minhas leituras. É quando busco na eterna pilha do "livros a ler" (quem tem o hábito da leitura, sempre tem uma pilha de livros ao lado da cama, na estante, na sala, esperando... Um dia serão lidos, ou não, mas só o fato de estarem ali, já são motivos de prazer antecipado). E, nesse outono que hoje começa, já tenho até um banco amarelo rodeado de papiros para me dedicar ao livro que já iniciei: "Os imperfeccionistas", do jornalista Tom Rachman. São 11 histórias tendo como foco principal a redação de uma revista sediada em Roma e envolve o dia a dia dos jornalistas que lá trabalham. Já gostei das duas primeiras histórias e, portanto, no outono que hoje começa, já sei que o banco amarelo vai ser meu ponto de leitura.

sábado, 10 de março de 2012

A BABY NO BLOG DOS AMIGUINHOS




Baby olhando o blog dos Pets (fotos: elaine borges)

A Baby não se conteve e deu uma olhadinha na sua foto publicado no blog dos amiguinhos lá do sul. A amiga Marise nos enche de elogios que nos deixaram muito emocionadas e agradecidas. Mas diz também no seu blog (http://jornalvoceeseupet.blogspot)  que prefere os cachorrinhos. No entanto, planeja um dia, e caso seus dois amiguinhos quatro patas permitirem, adotar também um gatinho. Baby e eu damos a maior força. Enquanto eu lia e escrevia por aqui, ela me olhava. Como sempre mantem seu ar de mistério, acho que lá na sua cabecinha passava mil pensamentos. Estou certa que minha amiguinha peluda sabe que amizade entre os não racionais é bem mais confiavel. Meu convívio com a Bibi (seu apelido) me permite afirmar que os gatos são também muito amigos. Mas há que respeitar seus momentos. Nem sempre eles querem nosso carinho.

quinta-feira, 1 de março de 2012

UM DIA DE CHUVA

                                                  Ponte Hercílio Luz - fim do dia (fotos elaine borges)
                                          
                                                                    FRASES
                                                                                
                                                                       Fernando Pessoa

Um Dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem, cada um como é.
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Cai chuva. É noite. Uma pequena brisa substitui o calor.


O OUTONO ESTÁ CHEGANDO...




Folhas secas, chuva...(fotos: elaine borges)

O outono se aproxima. Época de ver as folhas dos plátanos se espalhando pelo chão, a chuva molhando as calçadas, os campos, as plantações... Ventinho frio vindo do sul... São as águas de março que estão chegando, mas que sejam bem-vindas.