sábado, 28 de fevereiro de 2009

NUIT DES CÉSAR



Quando a Bibi ouviu um som diferente, olhou pra televisão e viu que o assunto era ainda cinema, correu para seu refúgio predileto, a cadeira embaixo da mesa. Levantei levemente a toalha e ela só me olhou de soslaio. Vi, de um outro ângulo, seu enorme rabo peludo, balançando, numa clara demonstração de que preferia permanecer ali, fora do meu mundo porque de filmes, atores, atrizes, cinema, ela já estava farta. Ela ouvia, lá no seu mundinho, palavras como "hommage", "rôle""bonheur" e - bem sei - devia pensar: "Lá está minha mais fiel amiguinha de duas patas ouvindo essa língua estranha que eu pouco entendo, mas sei, pelo som, que é muito bonita". Eu via, naquele momento, o 34ª Nuit des César, o Oscar frances, transmitido pela TV5Monde, diretamente do Teatro Châtelet de Paris. Vi toda a cerimônia, vi o Vincent Cassel receber o prêmio de melhor ator pelo filme Mesrine. Ao seu lado, sua bela mulher, a atriz Monica Bellucci. Vi Yolande Moreau receber o Cèsar de melhor atriz pelo filme Seraphine. O filme já é um grande sucesso na França, em cartaz desde outubro último. Só sei que é a história verídica de uma pintora primitiva, Seraphine Louis (1864/1942), que morreu em um hospital psiquiátrico. Seraphine, alias recebeu sete Cesars, foi o grande premiado da noite.

Na minha memória afetiva estão registrados grandes momentos vividos nas salas de cinema. E alguns deles foram revividos quando vi Agnès Varda (foto abaixo), hoje uma velha e respeitável senhora de 80 anos que lá estava pra receber o César de meilleur film documentaire, Les plages D'Agnès, um autoportrait, cheio de "tendresse", como disseram quando foi entusiásticamente homenageada. Lembrei de dois filmes da Varda: Le Bonheur ("As Duas faces da Felicidade"(1964) e Cleo das 5 às 7. Lembrei também de Jacques Demy, seu marido, também homem de cinema. Após sua morte, Agnès Varda caiu no mundo, voltada para os documentários e no ano passado manteve um diálogo com o cineasta e escritor Paul Auster ("Trilogia de Nova York") em Lisboa. Ou seja, a cineasta continua na ativa e tão lúcida que fez um documentário sobre sua vida "sem ser narcisista", como disse o crítico Luiz Zanin no seu blog.

Diante do meu entusiasmo e, sobretudo, da minha emoção, a Bibi arriscou um "pardon" por sua indelicadeza e, no final, ficou alguns minutos comigo, esperando a hora das pequenas lambidas que ela gosta de dar no copo de yogurte que costumo comer antes de dormir. É nosso pequeno ritual noturno. E depois me disse, gentilmente, "bonne nuit, ma chèrie".






Agnès Varda




quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

AINDA SOBRE CINEMA

O texto é do blog do Nei Duclos. Pra quem gosta de cinema, vá lá. Há ainda outro sobre o filme do Visconti - Ludwig, também ótimo.


Se o cinema de autor começa a dar sinais de vida, ele chega sem a radicalidade que o definia. Passou a fase de obras-primas insuperáveis, que entrou em descenso a partir do aperto sobre a Sétima Arte, indústria estratégica por excelência. Todos tiveram chances de produzir seus filmes de propaganda, a exemplo do modelo hitlerista. CIA, FBI, Pentágono, Marinha, Serviço Secreto, lobby dos advogados contrataram estrelas, diretores e roteiristas por milhões para provarem como são necessários à humanidade.


Enquanto isso, fica no limbo filmes fundamentais como “O Intendente Sansho”, de Kenji Mizoguchi, ou “O Barba Ruiva”, “Céu e Inferno” e “Cão Danado”, de Akira Kurosawa. A majestade em Luchino Visconti, a erudição em Godard, a grandeza épica em David Lean, a civilização popular em Vittorio de Sica, o mágico realismo em Fellini, tudo ficou para trás. Hoje, arte em cinema é alvo de deboche. Triunfou a nulidade posuda de filmes pomposamente descartáveis e de bilheteria fácil.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

TEMPINHO BOM

foto:elaine borges

Gostamos muito - Bibi e eu - de ficarmos em casa num dia como o de hoje: chuvoso e com um suave vento sul soprando lá fora. Ela  só ficou um pouco ensimesmada ao ouvir trechos da leitura dos jornais, com comentários sobre o tão premiado filme "Quem quer ser um milionário?"
Soube que Steven Spielberg, que entregou o prêmio de melhor filme aos produtores, está em negociação com os indianos para novas produções naquele país. Coincidência? Dizem que o filme é controverso, tem gente que achou muito chato, outros rasgam elogios. João Pereira Coutinho  ( Folha de hoje) achou o filme  "ridiculamente sentimental". Ele, aliás, critica todos os filmes premiados com o Oscar, dizendo que são a prova da estagnação das produções em Hollywood. No Estadão, Ubiratan Brasil, suscita uma dúvida: o que acontecerá a partir de agora com as crianças que atuam no filme? E lembra o que disse o comediante Jimmy Kimmel, da rede de TV ABC: "Se eu fosse algum deles, me aproximava da Angelina Jolie. Quem sabe não seria adotado?"
A minha amiguinha de quatro patas preferiu voltar-se para temas mais amenos e quis saber sobre o carnaval. Apenas soube que cá na Ilha venceu a Consulado do Samba. Mais não sei porque cada vez que dou uma rápida olhada nas transmissões dos desfiles fico confusa, parece sempre a mesma escola a desfilar. É tudo tão pomposo, fantasias riquíssimas, que também causam certo espanto. "Não estamos em plena crise?" Pergunta a sábia Bibi. Claro que, por enquanto, ela continua saboreando sua cara ração. Portanto, nada de preocupações antes da hora. Vamos vivendo. E curtindo os bons momentos que a vida oferece. E um um dia como este é tudo de bom. 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

E A INDIA VENCEU A AMÉRICA



(Fotos:reprodução TV)
"Quem quer ser um milionário?" ganhou o Oscar de melhor filme, Danny Boyle foi escolhido o melhor diretor e, além disso, o filme ganhou mais seis Oscar. Hoje, nos noticiários na TV vejo famílias dos atores indianos festejando, lá em Mumbai, na India, a premiação cá na América. Estranho, não? Não entendo muito bem essa premiação. Não vi ainda o filme (cá na Ilha só está passando em uma sala de cinema às 21h40) mas o que me causou mais estranheza foi ler o comentário do crítico Inácio Araujo, na Folha, que considerou o filme "péssimo". Como um filme tão ruim - segundo um respeitável estudioso de cinema - pode ser tão badalado e receber tantos premios? O fato é que os indianos fizeram a festa na América.

Mas houve justiça na escolha da melhor atriz: Kate Winslet, por sua atuação no ótimo filme "O Leitor". Acompanhei toda a cerimônia ( faço isso, sempre, o que muitos consideram uma perda de tempo) e foi bonito de ver grandes atrizes e atores, no palco, homenageando os mais novatos. Lá estavam Sophia Loren, Shirley MacLaine, Robert DeNiro, Michael Douglas e tantos outros, tecendo rasgados elogios aos atores selecionados.

Sean Penn também foi muito aplaudido, ao receber o Oscar como melhor ator pelo filme "Milk - A Voz da Igualdade" (que nós cá da Ilha também ainda não vimos). Não foi surpresa o Oscar de melhor ator coadjuvante para Heath Ledger, o Coringa do "Batman, O Cavaleiro das Trevas", que morreu no ano passado, e foi representado por sua família. E Penélope Cruz, eufórica, lembrou Almodóvar quando agradecia o Oscar como atriz coadjuvante pelo filme "Vicky Cristina Barcelona", do Woody Allen.



E o casal mais badalado do cinema - Angelina Jolie e Brad Pitt - ficou de fora, mas lá estavam. Ela elegantérrima e ele, como sempre, um charme. E tem demonstrado que é também um bom ator. O bonito filme "O Curioso Caso de Benjamin Button" só ganhou Oscar pelos efeitos técnicos, mas é muito bom, vale ser visto. E a Jolie também ficou de fora: concorria como melhor atriz em "A Troca", também bom.

A nós, moradores de Florianópolis, resta esperar que os donos das redes de cinema coloquem nas suas programações todos os filmes indicados e premiados. Aliás, com o fechamento das tres salas do Beiramar Shopping, ficamos apenas com as salas de cinema dos dois shoppings na Ilha e um no Continente. Nossa "salvação" continua sendo o CIC.


domingo, 22 de fevereiro de 2009

TARDE DE DOMINGO


Posted by Picasafoto:elaine borges

Esta calmaria aí da foto é ilusória. Carros e mais carros trafegavam lentamente ao longo da Avenida das Rendeiras nesta tarde de domingo, rumo às praias da Joaquina (a mais limpa da região), Mole, Barra... Turistas também curtiam as calmas águas da lagoa ( com trechos poluídos, é verdade, mas quem se importa?). Trânsito complicado também nas rodovias que levam às praias do norte, do sul, do leste... Assim tem sido esses dias de altas temperaturas cá na Ilha.

LAGOA DOS MEUS SONHOS

Reprodução TVBV

Se faltou mais samba no pé dos integrantes da Escola de Samba União da Ilha da Magia, na noite de ontem, em Florianópolis, sobrou emoção. O depoimento foi do responsável pela Harmonia (importado do Rio, mas não registrei o nome), dizendo que muitos integrantes da escola desandaram a chorar quando entraram na passarela, de tanta emoção. É compreensível: foi seu primeiro desfile como escola de samba (desde 2.000 era apenas um bloco); chovia no início do desfile; e foi a primeira a desfilar. O mais lamentável ainda foi a atitude de uma figurante: dizendo ser uma "estrela", num excesso de exibicionismo permaneceu mais tempo que o necessário na frente da ala das baianas e causou um enorme buraco entre a ala e a bateria. "Quase mandei as baianas atropelarem a moça", disse o suado sambista, ao final do desfile. São figurinhas assim que conseguem prejudicar um trabalho de meses de uma escola estreante que, com o enredo a "Lagoa dos Meus Sonhos", mostrou, como último carro alegórico, a sempre bela Igreja Nossa Senhora da Conceição.  

sábado, 21 de fevereiro de 2009

...É AGARRAR NO BRAÇO E SAIR

Ilustração do Polo (Vozes da Lagoa - 1ª edição) 

CARNAVAL DAQUELE TEMPO 

Nos bailes de carnaval, íamos todos fantasiados.

Os bailes eram no sobrado.

Vinha uma orquestra da cidade.

Os blocos saíam na rua com a

orquestra... homens, mulheres, o povo...

Vinha gente de tudo quanto é lugar.

Tinha baile de carnaval na Barra, no Retiro...

Quem sabia dançar, dançava, mas quem não sabia ia

assim mesmo, embrulhado naquele monte de gente,

porque carnaval

não precisa estar parelhado com a mulher, é agarrar no braço e ir

naquele bolo... eu não perdia nada.

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(1) Do livro Vozes da Lagoa - Elaine Borges, em co-autoria com Bebel Orofino.

O relato é do Zé Simão (1918/2003), lembrando os carnavais do início do século XX na Lagoa da Conceição.

Quanta mudança! 

CENAS DE VERÃO (1)

Posted by Picasafoto: elaine borges

CENAS DE VERÃO (2)

Posted by Picasafoto: elaine borges



domingo, 15 de fevereiro de 2009

O INSTANTE DECISIVO

*
Foto: Henri Cartier-Bresson

Domingo, um dos bons programas é ler o Caderno 2 – Cultura, do Estadão, e a Ilustrada, da Folha. Hoje, em especial, li com prazer uma matéria do Luiz Zanin Oricchio sobre o grande fotógrafo do século XX, Henri Cartier-Bresson (1908/2004). Nela comenta o livro lançado pela L&PM do Pierre Assouline – Cartier-Bresson – O Olhar do Século. Assouline é jornalista cultural do Le Monde e, segundo informa Oricchio, mantem um blog literário muito lido na França (http://passouline.blog.lemonde.fr/). E lembra fotos muito conhecidas, como a do alegre menino com duas garrafas de vinho na rua Mouffetard, em Paris, de Sartre, na Pont des Arts, ambas do Cartier-Bresson, “sinônimo de fotografia no século 20 que, contra sua vontade, fundou uma escola e um estilo. A teoria do "instante decisivo", a opção pelo preto-e-branco, a Leica, a recusa ao uso do flash - tudo isso constituiu uma mitologia em torno do homem que elevou a fotografia à condição de arte (teve exposições em Nova York e no Louvre num tempo em que a fotografia era considerada apenas registro técnico)”. Assouline conta que HCB, como é designado na França, não dava importância à técnica, “o preto-e-branco correspondia à sua sensibilidade”. E a câmera Leica, por sua leveza, facilidade no manejo, permitia HCB, discretamente, fotografar o que passava por seus olhos. Segundo Assouline “o importante não é nem o material e nem a técnica. É o olhar”.

É óbvio que já coloquei na minha cestinha de compras o livro do jornalista frances sobre um dos ícones da fotografia mundial. Confesso que uma das grandes emoções da minha vida foi visitar a Fundação Cartier-Bresson, em Paris.



sábado, 14 de fevereiro de 2009

TERMINOU O HORARIO DE VERÃO, UFFF!!

Nunca consegui me adaptar ao horário de verão. Descontrola tudo: sono, leituras, hora de dormir, de acordar... Fico totalmente atrapalhada. Ontem já atrasei todos os meus relógios, e agora, sim, vou regularizar meu ritmo do sono, do corpo, talvez até da alma...

QUE CAMPANHA? É CARNAVAL!!!

Do blog do Frank Maia que "pedi emprestado".

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O FANTÁSTICO MUNDO DE ELI HEIL

Eli Heil
Posted by Picasafoto: elaine borges
Sentada ali, entre as amiguinhas da classe, ela só tinha uma idéia fixa. Fugir rapidamente da sala para curtir seu grande e secreto prazer: chupar aquela chupeta que trazia escondida no bolso da saia. Prestar mesmo atenção nas lições da professora, ela não prestava. A chupeta, aquela pequena bola de borracha encaixada numa argola de plástico, esse era seu grande segredo. Esse sim era seu grande momento de felicidade.
Com seis anos, finalmente sua mãe a convenceu de que, se enterrasse a chupeta no jardim, nasceria uma bela árvore cheia de chupetas.


Essa menininha que não largava o bico, ou chupeta, de jeito nenhum, é a hoje senhora Eli Heil, 80 anos, pintora, escultura, poeta, que, às vezes, desanda a cantar enquanto mostra o seu Museu Mundo Ovo, localizado no Km sete da SC-401, que reúne mais de 2.000 obras. Uma senhora que viaja por um fantástico mundo imaginário e hoje é uma das mais importantes artistas de Santa Catarina.


O relato acima foi parte de seu depoimento que escrevi para o DC, em 1996 (um caderno especial sobre os personagens catarinenses). Naquela época, com 67 anos, Eli estava, como sempre, falante, entusiasmada, relembrando fatos de sua longa vida:

Eu lembro de mim, ainda menina, bem barriguda de tanto comer. Eu era muito gulosa!


A cor é tudo, é a expressão de todo meu sentimento. Cada cor representa o meu sentimento daquele momento... O vermelho tanto é terrível como alegre. Ele vai e volta...


Eu não tenho outra vida. Toda a minha paixão, o meu sofrimento, são minhas pinturas, esculturas, desenhos...


Dizia também que tinha uma mania: dormir com os lábios pintados. E que não suportava ver a filha, Teresa Cristina, “sem um batonzinho nos lábios”.


Pois ontem, Eli recebeu uma grande homenagem: um livro com relatos de sua vida  - Óvulos de Eli – a expulsão dos seres de Eli Heil - organizado por Kátia Klock e Vanessa Schultz, com patrocínio da Fundação Franklin Cascaes, prefeitura de Florianópolis e apoio cultural da Unimed. Foi um belo momento realizado na Biblioteca Barca dos Livros, na Lagoa da Conceição.

E Eli Heil lá estava, sorridente, feliz, como uma menina que há muito tempo trocou a chupeta pelos pinceis e iniciado uma longa viagem pelo mundo das cores, do verde, amarelo, vermelho, pelos móbiles, objetos, esculturas... Mundo que nós sempre gostamos de, com ela, entrar e percorrer sua fantástica casa-museu.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A PONTE, O MAR, O CÉU

Posted by Picasa foto: elaine borges
O dia terminou assim cá na Ilha: após uma chuvarada típica do verão, as cores tomaram conta do céu. Beleza pura. 

SOBRE LIVROS E FILMES

Há dias não ando por aqui. Fechei o Balaio por algumas semanas e fui mergulhar na leitura (pode ser bobagem, mas recolher-me pra ler me tira fora do mundo virtual). Bom, lendo o que?  Primeiro: um livro policial que “garrei” a ler e só parei quando percorri as 500 e tantas páginas. Foi também uma leitura de sofrimento físico (tenho artrite nas duas mãos e segurar aquele peso, não foi fácil). Nome do livro: Millennium – primeiro volume de uma trilogia do escritor sueco Stieg Larsson. O azar dele é que, após entregar a seus editores a trilogia Millennium, morreu vítima de ataque cardíaco. Tinha só 54 anos e morreu após subir pela escada os sete andares do prédio onde morava. O coração não aguentou. A má notícia é que Companhia das Letras ainda não tem data marcada pra lançar o segundo volume cá no Brasil (pela Europa faz um imenso sucesso – 6. 5 milhões de exemplares vendidos).

Há outras leituras que ando mergulhada: L’Africain, do J.M.G. Le Glézio (emprestado por minha amiga Lenina); O Animal Agonizante, do Philip Roth, um monólogo inteligente de um homem envelhecido que se apaixona por uma jovem aluna (“ser velho significa também que, apesar e além de ter sido, você continua sendo (...) e a consciência de continuar sendo é tão avassaladora quando a consciência de ter sido”).  O roteiro do bom filme Fatal, tem como base O Animal Agonizante. Roth, alias, é um dos melhores escritores norte-americanos. Dele também li (nessa fase de sair do mundo virtual) “Fantasma Sai de Cena”:”Os velhos detestam os jovens? Eles sentem inveja e ódio dos jovens? E por que não”? pergunta o angustiado escritor Natham Zuckerman, personagem da história, um homem doente, que vivia isolada e, ao retornar a Nova York vê sua vida dar uma reviravolta.

Cinema, como sempre, porque a o escurinho do cinema continua insubstituível: “O Curioso Caso de Benjamin Button”, do David Fincher com 13 indicações para o Oscar, inclusive para ator (Brad Pitt) – que também tem como base um conto de F. Scott Fitzgerald, (“Seis Contos da Era do Jazz e outras histórias); “Austrália”, belas imagens, mas com a chata Nicole Kidman: “O Leitor” com a ótima Kate Winslet, de Stephen Daldry (mesmo diretor do As Horas), com cinco indicações para Oscar, um de melhor atriz (se ganhar é mais que merecido): A Troca, com Angelina Jolie, também concorrendo ao Oscar de melhor atriz (torço pela Winslet).

Justifiquei minha ausência por me afastar do Balaio de Siri?

A sábia Baby, minha aliada de sempre, também ficou muito na dela. Só comentou comigo o comentário do Lula, ao dizer em entrevista a revista Piaui, que ler jornais lhe causava azia. E hoje, exaltado, disse não dever à imprensa sua eleição. Ora, ora, pensou minha esperta gatinha, lembrando que sempre viu sua amiguinha de duas patas (eu) lendo montes de matérias onde o hoje presidente era a figura central. Então, era outro Lula? Provavelmente, sim, concluiu, mexendo seus longos fios brancos que ladeiam sua delicada boquinha.