sábado, 28 de janeiro de 2012

A CROA E OS PASTÉIS DA PRINCESA

 Praia de Jurerê (foto: elaine borges)
 Houve um tempo que Jurerê era conhecido como Croa. O formato da praia,  lembrando uma coroa, dava nome ao lugar. Da Croa poucos falam. Hoje é conhecida como Jurerê Antigo. Lá, no Bar da Princesa, comi um dos mais saborosos pastéis de camarão da minha vida. Bons tempos.   

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

AS DAMAS DA NOITE, DE NOVO


Damas da Noite (fotos: elaine borges)
Há semanas, o pequena milagre aconteceu: seis Damas da Noite abriram lentamente e, pouco  depois da meia-noite, já estavam murchas. Ontem à noite, de novo, dois lindos botões surgiram. Difícil não registrar mais este belo momento que a natureza nos oferece.  

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

FÉRIAS COM A FAMÍLIA




Curtindo as férias  (fotos: elaine borges) 

A Lagoa da Conceição é um dos lugares mais procurados por famílias em férias em Florianópolis. Esta, que fotografei hoje à tarde, montou uma enorme barraca à beira da lagoa e lá permaneceu. Só o tempo, com pouco sol e muitas nuvens, não colaborou.  

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

SAUDADES DA KODAK




 
Crianças da Ilha ( fotos: elaine borges)
Ontem, ao ouvir a notícia de que a Kodak está  sem condições de enfrentar as grandes concorrentes e que vai parar de fabricar seus produtos (filmes, papéis, líquidos para revelação das fotos...) senti uma imensa saudades. Saudades das fotos em preto e branco, dos filmes Tri X, dos papéis F4 (os meus prediletos), do quarto escuro (o banheiro) improvisado em laboratório, onde eu passava horas revelando minhas fotos. Dessa imensa saudades, o gesto seguinte foi abrir algumas das minhas caixas de fotos em preto e branco. Revi algumas. Lembrei os momentos em que foram fotografadas. Vi crianças transportando tipitis (usados para amassar farinha nos engenhos hoje quase inexistentes). Revi outro grupo de crianças colhendo berbigão na Costeira do Pirajubaé... Fotos das décadas de 70, quando a Ilha reunia tanta beleza, mas tanta que era impossível não registrar as cenas que eu não cansava de ver e ficar maravilhada.
Hoje continuo clicando por aí. Agora com minha câmera digital. Mas - confesso - sinto saudades daquele tempo em que fotografar envolvia várias etapas. Era um ritual que culminava com as fotos fixadas em papel preto e branco penduradas num fio improvisado no também improvisado laboratório semi escuro. 
Revendo as fotos, os filmes, os papéis, abrindo tantas caixas, senti saudades da Kodak.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

PONTE HERCÍLIO LUZ - A NOVELA CONTINUA

 Ponte Hercílio Luz (foto: elaine borges)

Há mais um capítulo nessa interminável novela que envolve a restauração da Ponte Hercílio Luz: a ainda não explicada queda de uma das 16 estacas que estão sendo construídas para sustentar a ponte em sua parte central, que caiu e só foi encontrada domingo no fundo do mar, a 35 metros de profundidade. Como e por que caiu, ninguem sabe. Nessa longa novela ( que envolve muita grana mal explicada) ontem assistimos o capítulo mais recente: uma comitiva foi a Brasília pedir apoio a ministra da Cultura, Ana de Hollanda , para que seja autorizada a captação de recursos via Lei Rouanet. Calculos dos autores do projeto estimam que, para restauração do vão central, serão  necessários R$ 77 milhões.  E mais R$ 100 milhões para a total restauração. Ou seja, aprovado o projeto pelo Conselho Nacional de Incentivo a Cultura, prometido para março, teremos alguns mecenas dispostos a bancar tão importante obra? É bom lembrar que a ponte foi interditada em 1982. De lá até hoje foram feitos incontáveis projetos, pareceres técnicos, gastos incalculáveisl, alertas de que ela pode cair...E lá se vão mais de 30 anos e, a brava ponte, nosso principal cartão postal e patrimônio ( que agora a ministra diz que é também do Brasil) resisti. Até quando?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A FLORIANÓPOLIS QUE NÃO QUEREMOS



Lagoa da Conceição (fotos: elaine borges)

As cenas se repetem, tanto nas praias do norte, sul, leste...As faixas de areia antes destinadas aos veranistas, hoje são ocupadas por donos de restaurantes, dos hotéis, dos bares, vendedores ambulantes... Na Lagoa da Conceição, os donos dos restaurantes decidiram que os espaços que ligam a lagoa  à estreita faixa de grama e areia agora pertencem a eles. Os garçons, equilibrando as bandejas,  enfrentam  o intenso movimento de veículos no já tumultuado trânsito da Avenida das Rendeiras para atender os turistas."Salta uma sequência de camarão!" gritam do meio da avenida para o pessoal que, lá de dentro do restaurante, tentam ouvir os pedidos.
Esse é um pequeno exemplo do caos que tomou conta da ainda bela Florianópolis. Há, claro, os tumultos  no trânsito, os engarrafamentos, as praias poluidas, a falta de banheiros e chuveiros ( que - promessa da prefeitura - estão sendo providenciados), há a séria questão da insegurança. Os turistas mal chegam e já são assaltados, como ocorreu recentemente com uma família que chegava a Jurerê Internacional e na mesma noite teve o carro arrombado.
 Os problemas são tantos que, muitas vezes, a sensação que tenho é que já não há mais solução possível para planejar uma cidade digna de sua fama. A Florianópolis que queremos não é esta. Esta é a Florianópolis que não queremos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

BABY CURTINDO A VIDA



Baby em sua casa  (fotos: elaine borges) 

Se há uma gatinha que adora seu espaço é a minha amiguinha de quatro patas, a Baby. No seu cantinho privilegiado, tendo à frente a lagoa, árvores e passarinhos ( que ela sonha, bem sei, um dia poder caçá-los pois este é seu instinto) ela, ora se espicha e mostra sua barriguinha com monte de pêlos, ora fica  ali, me olhando enquanto escrevo, ou vai sentar na porta da sacada e fica horas olhando o movimento, lá na rua. Tranquila, nem mesmo o calor a incomoda. E quando o calor é quase insuportável para nós, humanos,  vai para um dos seus cantos prediletos, debaixo da poltrona. e lá fica, no escurinho.  À noite e pela manhã opta por permanecer também na sacada e lá fica curtindo o ventinho.  

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A DAMA DA NOITE





A Dama da Noite ( fotos: elaine borges)

Pois a flor-da-lua da Margaret Mee (post acima) também apresenta seu maravilhoso espetáculo cá na Ilha. E o ritual é o mesmo: primeiro surge um pequeno botão. Às onze da noite, começa a abrir. Aos poucos vai surgindo, linda, aquela flor branca. Lá pela meia-noite, está totalmente aberta. E então começa a se fechar e, quando amanhece, está fechada. É assim, efêmera. Mas é, certamente uma das mais belas flores que conheço. E vale também acompanhar todo o ritual e, quando está em seu esplendor, contemplá-la, maravilhada. É a Dama da Noite (Epiphyllum) que na madrugada de domingo, deu seu espetáculo e, como sempre faço há mais de cinco anos, registro com entusiasmo tão belo momento que a natureza nos proporciona.

FLOR DA LUA

Moonflower - Margaret Mee

Margaret Mee, artista botânica inglesa, quando viu o que chamou de moonflower ficou maravilhada. Foi numa excursão que fez a Amazonia, em 1988. Encantada com a flor, permaneceu horas, à noite, no topo de um barco, desenhando o primeiro esboço do que chamava de moonflower. Durante a vigília, aos poucos a flor foi se abrindo e a artista e pesquisadora permaneceu até a madrugada, desenhando a flor. Antes do amanhecer, a flor-da-lua feneceu. Em seu estúdio, no Rio, ela concluiu a pintura, que hoje faz parte das ilustrações que constam no livro A Procura de Flores da Floresta Amazônica.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

MOVIMENTO ILHA TEM LIMITE

(Reprodução: adesivo que circula via internet)

No ano passado, uma faixa virtual foi colocada na ponte Hercílio Luz informando aos turistas que Florianópolis estava lotada. Nesta temporada, circula também via internet, este adesivo: "Movimento Ilha Tem Limite : Amo e protejo a minha Ilha, lixo é lixo, respeito os locais, preserve a natureza e seja Bem-vindo. Só não esqueça de ir embora". Se há um perigoso resquício de xenofobia no adesivo, é certo que nesta temporada há perceptíveis reações de impaciência e irritação entre a delicada relação turistas e moradores. Nas praias, espaços que são públicos, estão sendo "reservados" por donos de hoteis, restaurantes, vendedores ambulantes que colocam cadeiras, mesas, guarda sóis na areia, impedindo que veranistas ocupem estes espaços, só se pagarem por consumo, ou pelo aluguel de cadeiras. Na Lagoa da Conceição, o curto espaço que há entre a lagoa a a Avenida das Rendeiras, donos dos restaurantes estão colocando mesas e cadeiras, reservando-os para os clientes. Alguns restaurantes - como ocorreu no Ribeirão da Ilha, cuja atração maior são pratos com ostras -  cobram preços exorbitantes e justificam dizendo que no total está incluido a "paisagem".
Todos os dias há alguem contando algo que, devido aos problemas que a Ilha enfrenta, reflete o quanto a cidade não está devidamente preparada para receber tantos turistas ( um milhão nesta temporada).  Diante de tantos problemas, entende-se o "desabafo" deste morador ao fazer circular o adesivo acima. O sucesso é tanto que várias pessoas querem saber onde comprar para colocar em seus automóveis.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A ILHA PERDEU A MAGIA

foto: elaine borges

Quem disse que vivemos na Ilha da Magia? Se os turistas  que aqui chegam pensam em viver dias tranquilos, erraram  de endereço. Florianópolis enfrenta uma das mais caóticas temporadas de verão. Para chegar ou sair das praias, tanto do leste ( Lagoa da Conceição, Joaquina, Mole e Barra) quanto às do norte (Canasvieiras, Ingleses, Jurerê, Cacheira do Bom Jesus, Brava...), sul (Campeche), há que se enfrentar imensos engarrafamentos. Hoje, para percorrer apenas 3 quilometros - da ponte da Lagoa, Avenida das Rendeiras até o triângulo que leva às  praias Mole e Joaquina ( que alguem um dia chamou "triângulo do paraíso" e hoje está mais para "ïnferno") levava-se 5o minutos. E não havia - como nunca há - nem um guarda de trânsito, polícia militar, guarda municipal, nada. O mesmo descaso observa-se no centrinho da Lagoa. Florianópolis perde, de forma célere, todo seu encanto. Falta luz ( como ocorreu em pleno reveillon em Cachoeira do Bom Jesus e Jurerê antigo ( que antes se chamava "Croa"). Claro, não faltou luz em Jurerê Internacional, lá onde estão os ricos e famosos. Falta água, também. Os preços cobrados nos restaurantes e bares são exorbitantes. Quem mora na Ilha paga um alto preço nesta época. E o que dizer da ocupação desordenado do solo? Prédios e mais prédios construídos sem que haja rede de esgotos ou pluvial. E a poluição das praias cuja única providência dos responsáveis pelo meio ambiente é colocar placas de alerta que são alteradas pelos comerciantes ( onde diz "imprópria" escrevem "própria"ou até "ótima"como vi ontem na Lagoa)?
É triste e desolador constatar que a bela Ilha está perdendo seu encanto e magia.