sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

QUE CALOR!!!

Lagoa da Conceição - foto: elaine borges
Confesso, suportar esse calorão todo só fazendo o que um querido amigo aconselha: "não se mexa, fique o mais tempo possível quieto". É o que tenho feito, exigindo o mínimo possível do meu corpo e, mesmo assim, o suor escorre na minha testa, debaixo dos meus cabelos, braços... Perdi a conta de quantas vezes por dia fico debaixo do chuveiro. Uff, como é difícil suportar tanto calor! Como a dica é permanecer o máximo possível quieta, apenas levanto os braços levemente para segurar um livro. Outra dica: não leia nada que o faça pensar, o calor nos torna obtusas. Por isso, leio apenas livros policiais. Agora, por exemplo, estou lendo "Enquanto eles dormiam" da Donna Leon (Companhia das Letras). Não é um dos melhores. Dela já li Acqua alta, Morte em terra estrangeira e Vestido para morrer. Todos têm como cenário a bela Veneza, onde mora a escritora. Vai a sugestão para quem não quer exigir muito da memória (o verão também atrapalha o raciocínio).
Alguém pode perguntar: "Por que não vais à praia, afinal moras numa bela Ilha?" Sei, há uma multidão de turistas que invadem Florianópolis em busca das águas calientes do mar. A verdade é que nunca fui praieira, do mar só quero ver sua beleza, o movimento das ondas, o azul lindo que, ao longe, na linha do horizonte, se confunde com o céu... Portanto, o que me resta é ficar quieta, no meu canto, esperando o outono chegar.

sábado, 22 de janeiro de 2011

SACIANDO A SEDE

foto: elaine borges
Há tempos minha amiguinha de quatro patas só tem uma maneira de saciar sua sede: colocando a línguinha debaixo da torneira do tanque e sorvendo os pingos que dali caem. E com esse verão quente e úmido é lá que ela permanece boa parte do dia.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CHUVA: ALERTA MÁXIMO EM SC

foto: elaine borges
De novo vários municípios de Santa Catarina estão em situação de emergência devido às fortes chuvas que atingem o Estado. Em Florianópolis, em duas horas choveu 25 % do que deveria chover em todo mês de janeiro. Já há registros de queda de uma casa no bairro de Córrego Grande, da morte de um menino de oito anos, em Ribeirão da Ilha, que caiu em uma cachoeira, de alagamentos em várias ruas, e de ameaças de deslizamentos nas áreas consideradas de risco. Um dos trechos ameaçados de deslizamentos é o Morro dos Cavalos, na BR-101, em Palhoça. Segundo a Defesa Civil - que está em alerta máximo - 23 de um total de 33 municípios das regiões norte, Vale do itajaí e sul, já decretaram situação de emergência.

sábado, 15 de janeiro de 2011

SÁBADO: UM BELO DIA

foto: elaine borges

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo o mal.

Verso do Dia da Criação, a longa poesia de Vinicius de Moraes.

A TRAGÉDIA DAS CHUVAS

A tragédia ocorrida na região serrana do Rio é resultado de "descaso político", segundo disse a consultora externa da ONU e diretora do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres, Debarati Guha-Sapir, em entrevista a Jamil Chade, correspondente do Estadão em Genebra. "O Brasil não é Bangladesh, não tem nenhuma desculpa para permitir, no século 21, que pessoas morram em deslizamentos de terras causados por chuvas", afirmou:

Como a senhora avalia o drama vivido no Brasil?

Não sei se os brasileiros já fizeram a conta, mas o País já viveu 37 enchentes, em apenas dez anos. É um número enorme e mostra que os problemas das chuvas estão se tornando cada vez mais frequentes no País.

O que vemos com o alto número de mortos é um resultado direto de fenômenos naturais?

Não, de forma alguma. As chuvas são fenômenos naturais. Mas essas pessoas morreram porque não têm peso político algum e não há vontade política para resolver seus dramas, que se repetem ano após ano.

Custa caro se preparar?

Não. O Brasil é um país que já sabe que tem esses problema de forma recorrente. Portanto, não há desculpa para não se preparar ou se dizer surpreendido pela chuva. Além disso, o Brasil é um país que tem dinheiro, pelo menos para o que quer.

E como se preparar então?

Enchentes ocorrem sempre nos mesmos lugares, portanto, não são surpresa. O problema é que, se nada é feito, elas aparentemente só ficam mais violentas. A segunda grande vantagem de um país que apenas enfrenta enchentes é que a tecnologia para lidar com isso e para preparar áreas é barata e está disponível. O Brasil praticamente só tem um problema natural e não consegue lidar com ele. Imagine se tivesse terremoto, vulcão, furacões...


A maior tragédia causada por deslizamento é o segundo maior desastre natural da história do Brasil , segundo o Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres da ONU, com sede na Bélgica. É também um dos mais mortais no mundo. A falta de vontade política e de investimentos são apontados pela ONU como os responsáveis por esse imenso desastre que até há pouco já registrava 540 mortos. Número que pode subir assustadoramente já que, diante de tanta devastação, muitos corpos ainda não foram localizados.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ILHA FASCINANTE

Lagoa da Conceição - foto: elaine borges

"O 1000 Great Holidays Ideas (1000 Grandes Ideias de Férias), um dos guias mais conhecidos do mundo, do grupo britânico Time Out, elegeu Florianópolis como uma das 10 Ilhas mais fascinantes do planeta. A publicação aponta que a Ilha de Santa Catarina tem praias de areias claras, boas casas de veraneio, é popular entre brasileiros e argentinos e é uma cidade mais segura e mais chique que outras da zona tropical."

A informação acima li no blog do Raul Sartori. Claro, nossa Ilha é fascinante, sim. Mas daí a afirmar que é uma cidade segura?! Homicídios, assaltos (ontem, as vítimas foram turistas de São Paulo que veraneavam em Jurerê) fazem parte do nosso cotidiano. Praias de areais claras, há várias, mas basta dar uma volta por algumas das mais populares, como Canasvieiras, Ingleses, Lagoa da Conceição, para ver lançamento de esgotos direto nas águas. Em algumas, como Ingleses, há focos de poluição que já fazem parte do cenário. Na Lagoa da Conceição, as placas que indicam "impróprias" perdem o "im" e indicam que ali a praia é "própria" para banhos.

Há também boas casas para veraneio. Na verdade, em algumas há verdadeiras mansões, como em Jurerê Internacional. O triste é que, como informou matéria da Folha de S. Paulo (edição do dia 9) lá está havendo uma verdadeira divisão de classes: de um lado, ficam os bem ricos, que pagam R$ 15.000,00 por aluguel das mansões, bebem champanhe como se fosse refrigerante, não vão à praia e permanecem nas piscinas ou nos bares caríssimos; do outro, os menos abastados mas que também ostentam poder. E na areia, a classe média. Os bem ricos até inovaram, alugam helicópteros (R$15.000,00) do aeroporto Hercílio Luz até a praia.
Quanto ao trânsito, todos já sabem, está um caos.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

QUANTA TRAGÉDIA!

foto: elaine borges

Diante de tanta dor, tanta tristeza, tantas lágrimas derramadas por pais, mães, irmãos, vizinhos, parentes vítimas da imensa tragédia que está ocorrendo na região serrana do Rio que prefiro ficar em silêncio, recolhida junto com minha amiguinha de quatro patas que, também ela, hoje à tarde ficou encolhida num canto atrás do toca-discos.

E vendo tantas cenas tristes nos noticiários das televisões e nos sites na internet, constatamos, mais uma vez, que também aqui em Florianópolis há ocupações irregulares em áreas de risco, como nos morros que cercam a cidade. E toda a vez que chove, uma casa ameaça cair, pedras rolam, árvores tombam... E percebemos que falta vontade política, coragem, para evitar que áreas tão frágeis como as encostas dos morros, terrenos ao longo dos rios, sejam ocupadas de forma desordenada.

domingo, 9 de janeiro de 2011

FLORIANÓPOLIS OU FILANÓPOLIS?

Ponte Hercílio Luz - foto: elaine borges

Essa calmaria que vejo através da minha janela é pura ilusão. Sei que há filas e mais filas de carros nas rodovias que levam às praias do norte (Canasvieiras, Jurerê, Ingleses), leste ( Lagoa da Conceição, Joaquina, Mole), sul (Campeche, Pântano do Sul, Armação...). Já há quem diga que Florianópolis no verão deveria ser chamada de Filanópolis, tantos são as filas, os engarrafamentos, as brigas que estão ocorrendo nas rodoviais entre motoristas impacientes com tanto caos.

Ouvi, dias destes, no centro da Ilha, um comentário de uma turista: "Floripa, só nas praias". Ela descia a rua Vidal Ramos debaixo de uma temperatura de 30 graus (como está agora) e certamente esperava encontrar uma cidade com mais atrações (museus, lojinhas de artesanato, cafeterias...). Outro reclamava: "Está tudo muito caro, há muita exploração". E há mesmo. Quem gosta de tomar cervejinha na beira do mar está sujeito a pagar R$ 5,00 reais por uma mísera latinha. No Shopping Iguatemi paguei R$ 5,00 por um pastel e R$ 3,00 por uma cafézinho.

No ano passado, houve a promessa de que haveria banheiros e chuveiros públicos nas praias da Ilha. Promessa não cumprida.

Segurança? Após o assassinato de um turista argentino em Canasvieiras, na semana passada, as autoridades da segurança pública se apressaram em dar explicações e fazer promessas, como colocar um posto policial no norte da Ilha e aumentar o policiamento nas ruas.

Promessas, promessas, promessas. É assim todos os anos. E a Ilha de Santa Catarina aos poucos vai perdendo seu encanto.