sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A PRIMAVERA

fotos: elaine borges
A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome,
nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.
A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata,
essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar suas vida
para a primavera que chega.
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das
raízes, e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios
de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação.
Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares - e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primavera distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.
Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera a que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, - e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora os entendeu e amou.
Enquanto há primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, - por fidelidades à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida - e efêmera.
Cecília Meireles - Obra em Prosa - volume I (Editora Nova Fronteira - 1998).

sábado, 17 de setembro de 2011

REFLEXÕES

Posted by Picasafoto:elaine borges.
Reflexões sobre o sentido da vida, os acontecimentos que nos fazem mudar, as coisas simples que nos trazem tanta alegria, como ver essa imagem aí de cima, flutuando sobre a lagoa, e não resistir em dar um clic e - pronto - lá está ela, eternizada no meu arquivo de imagens (tantas da bela Ilha que já perdi a conta).
Pensa-se sobre um momento que passou, foi captado e...acabou. Esse momento fugaz foi-se. Virão outros.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O SOL - FINALMENTE -VOLTOU

Posted by Picasafoto: elaine borges

O final da tarde de hoje foi assim cá em Florianópolis: belíssimo! As chuvas - parece- estão indo embora. Há ainda muita gente desabrigada no Vale do Itajaí. As intensas chuvas causaram enormes prejuízos. Há inúmeras famílias desabrigadas, mas - felizmente - são poucas as vítimas fatais (duas até o momento). Agora é rezar para que os bons ventos soprem em Santa Catarina.

domingo, 4 de setembro de 2011

OS MENINOS, A LOLA, AS ORQUÍDEAS



Posted by Picasafotos: elaine borges
Os meninos jogando na beira da lagoa, a Lola apreciando a paisagem, os "olhos-de-boneca", como são conhecidas essas orquídeas (dendrobium hybrid)... Pequenos momentos nessa ensolarada tarde de domingo cá na bela Ilha de Santa Catarina.