Florianópolis de ontem (fotos: elaine borges - arquivo)
Quando aqui cheguei vi praias desertas, vi senhoras rendeiras sentadas junto às suas casas tecendo rendas e manipulando com extrema habilidade dois bilros de onde surgiam delicadas rendas; vi crianças brincando de bola de gude; vi senhoras trabalhando nos engenhos de farinha auxiliada por seus filhos; vi pescadores concentrados jogando dominó nos botecos do interior da Ilha. Quando aqui cheguei muitas praias ainda estavam desertas e para lá chegar exigia-se paciência porque as estradas ainda eram de chão batido e, às vezes, o carro atolava no areião de onde só era retirado após muito esforço e algazarra ( "empurra, empurra, mais, mais um pouco..."). Quando aqui cheguei gostava de comer pastel de camarão no bar da Princesa, na Croa, hoje Jurerê antigo, chupar as balas Dalva ( que colavam nos dentes) e saciar a sede bebendo Pureza. Quando aqui cheguei meu primeiro momento de deslumbramento foi cruzar a ponte Hercílio Luz e ver como era linda a cidade que eu tinha escolhido para morar.
Hoje, morando há quarenta anos aqui, continuo deslumbrada, encantada, embevecida com a beleza da cidade. Sim, temos problemas - muitos - mas continuo amando Florianópolis. Ela é linda! Olhe, por exemplo, os garapuvus quando estão floridos. Ao chegar no topo do morro da Lagoa da Conceição, permaneça ali e veja quanta beleza: há a pria da Joaquina lá ao longe, o contorno dos morros, a igrejinha, a lagoa. ..Ao sul, impossível não se encantar ao ver aquele conjunto de casarios antigos no Ribeirão da Ilha, a igrejinha na pracinha, as gaivotas nos trapiches... Essa linda cidade hoje completa 287 anos. O dia é de festa. Comemoro o dia porque Florianópolis hoje é também minha cidade. Aqui decidi morar. Sei que aqui também morrerei. E minhas cinzas serão jogadas em qualquer canto dessa Ilha porque quero aqui permanecer para sempre.
Quando aqui cheguei vi praias desertas, vi senhoras rendeiras sentadas junto às suas casas tecendo rendas e manipulando com extrema habilidade dois bilros de onde surgiam delicadas rendas; vi crianças brincando de bola de gude; vi senhoras trabalhando nos engenhos de farinha auxiliada por seus filhos; vi pescadores concentrados jogando dominó nos botecos do interior da Ilha. Quando aqui cheguei muitas praias ainda estavam desertas e para lá chegar exigia-se paciência porque as estradas ainda eram de chão batido e, às vezes, o carro atolava no areião de onde só era retirado após muito esforço e algazarra ( "empurra, empurra, mais, mais um pouco..."). Quando aqui cheguei gostava de comer pastel de camarão no bar da Princesa, na Croa, hoje Jurerê antigo, chupar as balas Dalva ( que colavam nos dentes) e saciar a sede bebendo Pureza. Quando aqui cheguei meu primeiro momento de deslumbramento foi cruzar a ponte Hercílio Luz e ver como era linda a cidade que eu tinha escolhido para morar.
Hoje, morando há quarenta anos aqui, continuo deslumbrada, encantada, embevecida com a beleza da cidade. Sim, temos problemas - muitos - mas continuo amando Florianópolis. Ela é linda! Olhe, por exemplo, os garapuvus quando estão floridos. Ao chegar no topo do morro da Lagoa da Conceição, permaneça ali e veja quanta beleza: há a pria da Joaquina lá ao longe, o contorno dos morros, a igrejinha, a lagoa. ..Ao sul, impossível não se encantar ao ver aquele conjunto de casarios antigos no Ribeirão da Ilha, a igrejinha na pracinha, as gaivotas nos trapiches... Essa linda cidade hoje completa 287 anos. O dia é de festa. Comemoro o dia porque Florianópolis hoje é também minha cidade. Aqui decidi morar. Sei que aqui também morrerei. E minhas cinzas serão jogadas em qualquer canto dessa Ilha porque quero aqui permanecer para sempre.