domingo, 22 de março de 2009

FLORIANÓPOLIS, A CIDADE QUE EU AMO


Mal tratada, explorada, judiada, poluída, às vezes caótica, mal administrada...Florianópolis, a cidade que escolhi para morar e aqui vivo, não era assim quando aqui cheguei. Vi quando construíram a Av.Beira Mar. Muito atravessei a ponte Hercílio Luz. Pisei nos paralepípedos da Rua Felipe Schmidt onde comia pastel com guaraná no Bar da Japonês. Acompanhei vários blocos de carnaval ao redor da Praça XV. Subi o Morro da Caixa várias vezes para entrevistar a turma da Copa Lord. Vi escolas de samba desfilar nas ruas centrais, onde o máximo que havia eram cordões de isolamento.
Chegar às praias do norte da Ilha exigia paciência, às vezes o carro atolava. No verão, nada mais gostoso do que comer pastel no Bar da Princesa, na Croa (hoje Jurerê), ou risoto de camarão no restaurante do Leca, na Lagoa da Conceição, uma casa de madeira com cadeiras de palha. Subir o Morro das Sete Voltas da Lagoa da Conceição em dia chuvoso também exigia certa cautela: as rodas do carro deslizavam nas lajotas (sei de amigos cujo carro despencou e só não houve tragédia maior porque as árvores, logo abaixo, amenizaram a queda).
Outro passeio agradável era ir rumo às praias do sul, passando por Ribeirão da Ilha e, lá na ponta, percorrer a pé uma estradinha morro acima e chegar no Saquinho, local ainda primitivo, habitado por famílias que não conheciam o centro de Florianópolis...



Fotos: elaine borges

Essa foi a Florianópolis que conheci. Saudades daquele tempo? Sim. Mas o que entristece não são as lembranças de um tempo que já passou. O que entristece é ver como essa bela Ilha, a mais bonita cidade que conheço, é tão mal administrada. Como não cuidam dessa beleza toda. Olho para os lados e ainda me encanto. Vejo a beleza ao meu redor. Fotografo, registro, talvez tentando "salvar", através do meu olhar, tanta beleza, tanta luz, tanto mar. Olho para o céu, ora azul, cinza, nublado, mas como é bonito o céu da Ilha! Como essa cidade é linda, meu Deus. É aqui que escolhi morar e aqui certamente morrerei. E já pedi: quero que joguem minhas cinzas nesta Ilha. É aqui, na cidade que amanhã completará 283 anos, que escolhi para sempre ficar. Mas, por favor, cuidem melhor desse tesouro.

2 comentários:

  1. Tua prosa se transforma na mais encantadora poesia quando descreves minha mãe-terra. É claro que Ela te agradece e te acolhe como filha.

    ResponderExcluir
  2. Saudades dessa terra e das suas damas(nativas ou adotadas).
    Afinal, meu coração é todo ele florianopolitano...

    Beijos saudosos.

    ResponderExcluir